InícioNotíciasPolíticaStreaming foca em produções infantojuvenis para tirar público das TVs

Streaming foca em produções infantojuvenis para tirar público das TVs

Volta e meia surge nas redes sociais um protesto pelo fim de programas como a TV Globinho ou do Bom Dia & Cia. Curiosamente, a grita geral é de grandinhos e não de “baixinhos”. Além do saudosismo, isso tem um motivo: o público infantil tem, nos últimos anos, migrado cada vez mais para as plataformas de streamings e abandonando os modelos tradicionais de televisão.

Recente estudo feito pela Kantar Ibope Media aponta para um fato que já chama atenção dos especialistas há algum tempo. Crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 17 anos de idade, representam 35% do público total do streaming. A faixa infantojuvenil já configura mais de 1/3 da audiência do mercado digital e opta por consumir conteúdos sob demanda.

Menino-Maluquinho-Netflix-Serie-Infantil-3

Netflix: novos episódios de O Menino Maluquinho estreiam nesta quinta Divulgação

Menino-Maluquinho-Netflix-Serie-Infantil-2

Netflix: novos episódios de O Menino Maluquinho estreiam nesta quinta Divulgação

Menino-Maluquinho-Netflix-Serie-Infantil

Netflix: novos episódios de O Menino Maluquinho estreiam nesta quinta Divulgação

Menino-Maluquinho-Netflix-Serie-Infantil-3

Netflix: novos episódios de O Menino Maluquinho estreiam nesta quinta Divulgação

Pôster da série O Menino Maluquinho

Pôster da série O Menino Maluquinho Netflix/Divulgação

Menino Maluquinho

O Menino Maluquinho chega à Netflix nesta quarta (12/10) Netflix/Divulgação

Menino Maluquinho4

Na série, icônico personagem de Ziraldo terá roupagem mais “moderna” Netflix/Divulgação

O banco de investimentos Piper Sandler divulgou uma pesquisa que mostra o YouTube, plataforma de consumo gratuita, como a preferida entre jovens. Em seguida, surgem novos canais digitais, como a Netflix, Disney+, Prime Video, HBO Max e outros. Não à toa, os investimentos do mercado audiovisual têm migrado para a produção de conteúdo voltado a essa faixa-etária em serviços de streaming.

Um caso de sucesso, por exemplo, é a animação O Menino Maluquinho. Ispirado no universo criado por Ziraldo, o desenho nacional está disponível na Netflix e foi indicado ao Emmy Internacional. Para o mercado global, a “locadora vermelha” lançou uma releitura de um clássico dos anos 1980: She-Ra e as Princesas do Poder. O Prime Video, por exemplo, tem o RPG Vox Machina como opção no catálogo. Na HBO Max, o público pode encontrar a brasileira Irmã do Jorel. Isso sem falar nas produções teen no formato live action, como O Coro, do Disney+.

No YouTube, criadores de conteúdo infantojuvenil angariam milhões de seguidores e views. Entre os exemplos mais lembrados, está Luccas Neto, que já conta com mais de 40 milhões de inscritos no canal. Investindo em conteúdo educacional, o Manual do Mundo dá dicas e aulas sobre ciências e atrai uma audiência de 18,2 milhões de participantes.

Mudança geracional Para Marcus Tavares, professor da ESPM Rio, o foco dos serviços é no futuro, afinal, a parcela mais jovem da audiência pode garantir retornos maiores a longo prazo – principalmente, em relação aos concorrentes tradicionais (TVs aberta e fechada).

“Isso tem a ver, de um lado, e quase sempre, com os interesses comerciais. O fato é: o público infantojuvenil é um tesouro. Quem quiser investir, e torcemos que seja cada vez mais com qualidade, respeito e ética, terá retorno. Não se trata de um público menos exigente, pelo contrário”, avalia o especialista.

“Além disso tudo, estamos nos referindo a um público que é ávido por histórias desde quando era bebê. Afinal, as histórias fazem parte da constituição de conhecimentos e valores das crianças e dos jovens. Ter acesso a uma infinidade delas, em qualquer tempo e lugar e através de diferentes telas, que podem ser vistas individualmente ou de forma compartilhada, é envolvente e sedutor”, completa Tavares.

Gustavo Marra, presidente da TV Coins – plataforma de streaming para criadores –, acredita em mudanças cultural e geracional, na qual parcelas mais jovens da sociedade crescem sem a “obrigação” de seguir uma programação linear.

“As crianças, assim como os adolescentes, já sabem o quê, quando e onde querem assistir seus filmes e séries. Eles têm muita opinião, por isso o investimento nesse público traz bons resultados. Vemos o Luccas Neto como um case de sucesso, já que ele capitalizou em um público de muito potencial e que é fiel em muitas formas”, afirma Gustavo Marra.

Os dilemas no streaming Marcus Tavares entende que, por se tratar de um público ainda em formação, é preciso que a atenção seja redobrada. O professor lembra, por exemplo, os impactos que a legislação sobre publicidade infantil gerou e que, segundo ele, estão na raiz da migração dos conteúdos dos modelos tradicionais para o streaming.

“Com as mudanças na legislação, consequentemente, as emissoras deixaram de produzir. Boa parte dessa publicidade migrou para a TV por assinatura, que por meio de seus canais infantis continuaram investindo na programação, principalmente focando a linguagem da animação”, recorda. Agora, o streaming surge como uma nova opção, atraindo investimentos e público.

Por fim, ele deixa o alerta: “Trata-se de uma migração que não vem acompanhada pelo olhar e cuidado de alguns pais/responsáveis no sentido de saber o que os filhos vêem. Embora as plataformas cumpram a legislação com relação a divulgação da classificação indicativa de seus produtos, essa discussão parece ter sido meio que posta de lado pela sociedade”, conclui.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Esposa de Tony Ramos revela estado de saúde do ator da Globo

Lidiane Barbosa, esposa de Tony Ramos, falou sobre o estado de saúde do marido....

Saque calamidade está disponível para trabalhadores atingidos pelas enchentes no RS

Trabalhadores de 73 municípios do Rio Grande do Sul, que foram severamente afetados por...

Comissão aprova maior pena para crimes contra profissionais de saúde

Punição para crimes como lesão corporal e ameaça será aumentada em 1/3; o texto...

Big Bass Splash: conheça tudo sobre o caça-níquel

Se busca saber como jogar Big Bass Splash, precisa entender como o jogo funciona...

Mais para você