Uma suposta vítima do jogador de futebol Benjamin Mendy alegou que o francês tentou obter seu silêncio depois de estuprá-la três vezes em um quarto, para onde a atraiu usando seu celular.
“Não conte a ninguém e poderá voltar aqui todas as noites”, disse a jovem de 20 anos, citando o jogador, em um depoimento ouvido nesta quinta-feira (18/8) no julgamento de Mendy em Chester.
A suposta vítima disse que conheceu o jogador e seus amigos durante um passeio perto da casa de Mendy em outubro de 2020 e concordou em ir para lá mais tarde.
Enquanto ela verificava seu telefone, Mendy o pegou, acusando-a de tirar fotos dele, de acordo com a jovem.
Então, ela o seguiu para dentro de casa, até seu quarto, cuja abertura foi ativada por impressão digital. A porta se fechou atrás deles.
“Olha, eu quero meu telefone, não sei o que você está pensando. Não quero fazer sexo com você”, ela se lembra de ter dito. A resposta do jogador, segundo a mulher: “A porta está fechada mesmo assim”.
Mendy a forçou a se despir e a estuprou três vezes em cerca de vinte minutos, apesar de sua recusa repetida. “Não quero fazer isso (…) tenho que ir”, narrou.
“Meu corpo estava tão tenso, doía muito”, contou, acrescentando que sangrou depois dessa relação forçada. Ela afirmou ainda que que Mendy, após os estupros, a chamou de “tímida”, se gabou de ter tido relações com “10.000 mulheres” e tentou obter seu silêncio em troca de seu retorno nos dias seguintes.
“Como se fosse um privilégio fazer isso com ele todas as noites”, disse a jovem.
Caso Mendy
O atleta de 28 anos, suspenso por um ano pelo Manchester City, é acusado de oito estupros, uma tentativa de estupro e agressão sexual contra sete mulheres.
A promotoria o apresentou como um “predador” que abusou de vítimas “vulneráveis, aterrorizadas e isoladas”.
Mendy nega as dez acusações feitas contra ele por fatos que supostamente ocorreram entre outubro de 2018 e agosto de 2021 em sua casa em Prestbury, Cheshire.
Mendy pode ser condenado a prisão perpétua. O julgamento amplamente divulgado é realizado no Tribunal da Coroa em Chester e deve durar mais de três meses.