O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu nesta quinta-feira (5) que estava errado em suas críticas anteriores ao uso de câmeras corporais pela Polícia Militar. Ele destacou que agora está convencido da importância desses equipamentos para proteger tanto os cidadãos quanto os policiais. Tarcísio também anunciou medidas para aprimorar o programa de câmeras e a segurança pública no Estado. “Eu admito que estava errado, me enganei. Não tenho problema nenhum de chegar aqui e dizer que eu tinha um visão equivocada sobre a importância das câmeras, que mudei absolutamente a posição”, disse o governador, durante a inauguração do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp)
A partir de 10 de dezembro, novos dispositivos começarão a ser testados pela Polícia Militar. Diferentemente do modelo atual, que grava continuamente, os novos equipamentos exigem ativação manual pelos agentes, mas também podem ser acionados automaticamente. O governador assegurou que as câmeras antigas continuarão em uso até que a eficácia dos novos modelos seja comprovada. Ele também planeja expandir a quantidade de câmeras na corporação.
A mudança de postura ocorre em um momento de intensa discussão sobre a atuação policial. Imagens de um policial arremessando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo geraram ampla repercussão. O PM envolvido foi preso, e Tarcísio afirmou que ele será expulso da corporação. “Não tenho dúvidas disso”, declarou o governador. Esse caso se soma a outros episódios de violência policial registrados no Estado, como a morte de uma criança na Baixada Santista e de um estudante de medicina baleado na capital. Diante desse cenário, o governador defendeu a necessidade de reavaliar práticas da corporação.
Tarcísio destacou que o uso de câmeras corporais é parte de uma estratégia mais ampla para aprimorar a Polícia Militar. Ele mencionou a importância de programas de treinamento, reciclagem, intercâmbio entre polícias e investimentos em armamentos não letais. “O discurso de segurança jurídica para os agentes não pode ser confundido com salvo-conduto para descumprir regras. Vamos redesenhar.” Apesar das críticas, o governador descartou mudanças no comando da segurança pública e reafirmou sua confiança no secretário Guilherme Derrite, responsável pela pasta. Ele também reconheceu que a responsabilidade final pelos problemas é dele.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA