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Terra de Pitty e Raul, Salvador reúne rockeiros no Parque da Cidade em seu aniversário

Salvador vai completar 474 anos no próximo dia 29 de março, mas quem ganha o presente são os soteropolitanos. A cidade da música, que tem em sua maioria, ouvintes do pagode, axé e arrocha, também abriu espaço para aqueles que amam o tradicional rock and roll, no Parque da Cidade, para fomentar o cenário do ritmo na Bahia.

Com uma chuva forte, mas a vontade de cantar falando mais alto, o idealizador do projeto, Marcos Clement, subiu ao palco evidenciando e homenageando o rei do rock, Raul Seixas. O cantor e compositor, que está há mais de 20 anos no cenário musical, reforça a importância da capital ter essa mistura de ritmos, já que é a “cidade da música”.

(Foto: Brenda Viana / CORREIO)

Em parceria com a Prefeitura de Salvador, o projeto conseguiu ganhar mais visibilidade, principalmente após o Carnaval, uma das maiores festas de rua do mundo, e recebe mais olhares dos governantes. Questionado sobre o rock poder fazer parte do aniversário da cidade, ainda mais que a capital baiana exala axé, pagode e arrocha, Marcos Clement entende que o município é uma grande indústria musical e que há espaço para todos os ritmos.

“Toda música tem seu espaço e seu público. O que a gente entende: existe uma indústria musical, com um investimento em cima de alguns tipos de músicaS. Carnaval tem muito investimento e virou uma indústria, não é só arte pela arte, é uma indústria porque traz turismo para a cidade. A grande questão é: o que toca nas rádios? Por que a maioria das rádios tocam pagode, sertanejo, arrocha? Por que o povo só recebe esse tipo de música em suas casas? Temos agora a internet que dá para democratizar, cada um ouve o que quer”, comentou.

O artista fala, também, que o rock tem sido um dos ritmos mais escutados nas periferias nos últimos tempos, com a juventude descobrindo os antigos cantores e bandas, além de também formar novos ritmos musicais, como o trap, que chegou abrindo as portas para os novos artistas, principalmente mulheres.

“Se eu cresço ouvindo um tipo de música, vai desmembrando a nossa cultura musical. A gente vê crianças, idosos, todos os gêneros, ouvindo Raul Seixas, então dá para ver que ele é passado de geração para geração, o que só mostra que o rock é eterno na voz dele”.

A cantora Thathi, compositora e multi-instrumentista, que também está na estrada há mais de 10 anos, corrobora para que as mulheres na Bahia e que tocam rock, tenham mais autonomia para mostrar seus talentos.

Ela, que foi a convidada do cantor Marcos Clement para cantar no palco em homenagem a Raul, frisou que ainda há uma porcentagem bem pequena de mulheres no mundo do rock na Bahia, um ambiente majoritariamente masculino.

“Eu acho importante que as mulheres estejam onde elas quiserem estar, mas na música eu fico feliz, porque elas mostram que tem poder, que elas podem tocar guitarra, sim. Só precisam ser valorizadas e incentivadas nesse processo e de divulgação do trabalho. Tenho um projeto chamado “Mulheres que tocam”, para incentivar mulheres instrumentistas na música, para mostrar que nós podemos estar juntas em todo o cenário musical, na produção, na luz, no som. Ainda somos minoria, mesmo sendo talento enorme”. 

(Foto: Brenda Viana / CORREIO)

Marcos Clement também frisa a importância das mulheres no ambiente musical do rock: “Pitty precisou sair [da Bahia] para ser reconhecida, para ter sucesso. Assim como Raul, como Camisa de Vênus. O rock feminino na Bahia é muito forte. Temos que incluí-las mais”.

Sobre o ritmo ter sido “lembrado” para estar nas comemorações do aniversário de Salvador, Thathi reforça que o rock tem de ficar mais inserido dentro da cultura da capital, principalmente com projetos que possam dialogar com mais frequência com os artistas do rock. 

“Na minha opinião, o palco do rock, ser separado do grande circuito do carnaval, é uma perda enorme, porque poderia estar todo mundo junto. A prefeitura deveria aproveitar essas parcerias entre os cantores do rock e outros artistas de Salvador”, opina.

Outra convidada mais que especial para o show, Rebeca Matta, que está sempre evidenciando o rock baiano por onde passa, mostrou que Salvador pode ser a cidade de qualquer ritmo, mas que o rock deveria ser mais evidenciado.

“Estamos na terra de Raul Seixas, o tropicalismo tem o rock presente, as misturas são fortes, a música aqui tem diversidade. Trazer o rock [para o Parque da Cidade] é poder abrir para outras possibilidades, novos músicos, novos artistas que estão desejando entrar no ritmo aqui na Bahia. O rock é enfrentar sempre e Raul mostrou que poderia revolucionar a Bahia, ser mais amplo, ser único e ser lembrado até hoje”. 

Lívia Zumaeka, analista e mãe da pequena Luísa, de 2 anos, foi ao Parque da Cidade para curtir o show da banda Monarka, que seu marido, Rafael Zumaeka, é baixista. Segundo ela, a filha já tem uma bagagem de escutar rock desde a gestação e o evento foi ideal para mostrar que o ritmo também pode ser frequentado por famílias.

“Ela já escuta desde a barriga e a gente tenta, na medida do possível, envolvê-la na comunidade depois que acabaram as restrições da pandemia. Agora eu tenho visto que ela está tendendo mais para o axé, apesar da gente gostar mais de rock, mas a Luísa tem gostado do axé das antigas, como “Oh Milla” e “Pequena Eva””, brincou.

O pai, farmacêutico e baixista da banda, frisou que “é uma oportunidade maravilhosa para trazer as crianças, porque show de rock, geralmente, são bem tardes, então é uma oportunidade excelente para ela curtir e ver um pouco mais do rock pessoalmente”, disse.

(Foto: Brenda Viana / CORREIO)

Tiago Oliveira, mais conhecido como “Gato Preto”, poeta das ruas de Salvador, saiu de Cachoeira para a capital apenas para prestigiar Marcos Clement, um grande ídolo de longa data. Para o artista, é importante colocar mais bandas de rock no Parque da Cidade, já que é um local público e que recebe, aos finais de semana, pessoas de “todos os ritmos”.

“Esse lugar é fantástico e merece realmente receber não só um tipo de música, mas também a diversidade cultural da nossa Bahia. Ver o rock in roll ocupando esse espaço, faz com que a gente acredite que existe acontecendo. É rock, é reggae, é importante trazer tudo isso para o Parque”.

(Foto: Brenda Viana / CORREIO)

O evento vai ocorrer, também, no domingo (26), com Erika Martins, Wilson Aragão, Vivendo do Ócio, às 11h. Além disso, há uma feira de disco de vinil na porta do anfiteatro, exposição e ação educativa Projeto Tamar, além de uma discotegagem e Discodelia Sessions às 14h. Todo o evento é gratuito e focado no Festival da Cidade, aniversário de Salvador. 

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