InícioEditorialPolítica NacionalTorres diz que acampamentos seriam desmontados no dia 10 de janeiro

Torres diz que acampamentos seriam desmontados no dia 10 de janeiro

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os eventos do dia 8 de janeiro em Brasília, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres chamou de “fantasiosa” e de “aberração” a suposta “minuta de golpe de Estado” que foi encontrada entre os seus documentos pessoais. Torres permaneceu preso por quatro meses acusado de ser omisso em relação aos atos que culminaram na invasão aos prédios dos Três Poderes. “Durante uma operação de busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro. Um desses documentos deixado para descarte foi um texto chamado de ‘minuta do golpe’. Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim. Uma aberração jurídica”, afirmou em seu pronunciamento inicial à CPMI.

Embora tenha obtido o direito de permanecer calado durante a oitiva por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-secretário disse que, entre as suas primeiras iniciativas após reassumir a Secretaria de Segurança do Distrito Federal – cargo que ocupava à época, mesmo estando de férias no dia 8 de janeiro -, pretendia obrigar os manifestantes a desmontar o acampamento montado no Setor Militar. “[Ao reassumir] Minha primeira ação foi tratar do desmonte do acampamento em frente ao Quartel General do Exército. No dia 6 de janeiro foi realizada reunião com o comandante militar do Planalto, general Dutra, e a secretária de Ação Social do DF Ana Paula Marra. Também estava presente a coronel Cintia, que ocupava o cargo de subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança. Nesta reunião nós tratamos da retirada total do acampamento, que ocorreria a partir do dia 10 de janeiro”, alegou.

Torres também disse que havia um plano de ação institucional para conter os manifestantes. “Até o dia 6 à noite, eu não tive qualquer informação oficial indicando que haveria ações radicais no dia 8 de janeiro. Mesmo assim, o PAI seria colocado em ação nos seus mínimos detalhes. Esta era a determinação. Cabe ressaltar: se o Protocolo fosse seguido à risca, seríamos poupados dos lamentáveis atos do dia 8 de janeiro”, afirmou.

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