Humor e romance são marcas de todas as novelas das sete, marcada por tramas leves, divertidas e, quase sempre, despretensiosas. E assim é Vai na Fé, que estreia nesta segunda-feira (16) na Globo/TV Bahia. Mas, desta vez, um ingrediente está no centro da história: a capacidade de superação. “A novela fala de esperança e da fé que as coisas vão melhorar, que tudo vai dar certo, que é possível se reinventar, acreditar, com o forte sentido de positividade”, diz a autora, Rosane Svartman, que já assinou novelas como Malhação – Sonhos e Bom Sucesso.
E a personagem que vai simbolizar essa capacidade de superar os problemas é a protagonista Sol, interpretada por Sheron Menezzes. Mulher religiosa, de muita fé, é mãe, guerreira. Para contribuir no sustento da família, vende quentinhas no centro da cidade. Uma mulher batalhadora, como milhões de brasileiras que vão se identificar com ela.
Renata Sorrah é Wilma, uma ex-atriz, mãe de Lui (Foto: Manoela Mello/Globo) |
Sol vive no bairro da Piedade, numa casa simples onde, além dela, moram seu marido Carlão (Che Moais), a mãe, Marlene (Elisa Lucinda), além de suas filhas Jenifer (Bella Campos), de 18 anos, e Duda (Manu Estevão), de 12 anos. A família é unida pelo amor, o respeito e a fé. Aos domingos, todos vão juntos à igreja do bairro, onde Sol faz parte do coral. Foi lá que ela, jovem, conheceu Carlão.
A vida de Sol ensaia dar uma virada quando ela vai fazer uma entrega de quentinhas em uma casa de show Ao chegar lá, vê no palco Lui Lorenzo (José Loreto), um cantor bem conhecido, mas que já viveu dias melhores. Para a surpresa de Sol, Vitinho (Luis Lobianco), um amigo de longa data com quem perdeu contato, trabalha na produção do cantor e, na juventude, costumava ir a bailes funk com a protagonista. Vitinho está passando um sufoco porque teve que demitir uma backing vocal de Lui. Desesperado, ele resolve apostar no talento da amiga e a chama para acompanhar o artista no palco.
Sol tende a aceitar, mas, em casa, a família tem dificuldade em lidar com a novidade. Diante dos conflitos, Sol decide ir à igreja, para ouvir conselhos do Pastor em quem confia e ele sugere a candidata a artista que siga em frente. Determinada, Sol enfrenta as críticas e se apresenta com o grupo.
Sol terá ainda mais novidades: ela também vai reencontrar Benjamin (Samuel de Assis), sua paixão na juventude, e Theo (Emilio Dantas), de quem guarda más lembranças. Reviver esse passado traz consequências inimagináveis para Ben e Theo. Embora amigos há muito tempo, existe um abismo ético e moral entre os dois, já que Theo, um empresário rico, esconde negócios ilegais.
Lui Lorenzo
A chegada de Sol abala o coração de Lui Lorenzo, que, embora seja um mulherengo sedutor, parece estar mesmo apaixonado. Mas a mãe dele, Wilma (Renata Sorrah) duvida que o sentimento vá além de mais uma atração que ele já sentiu por outras mulheres. Wilma passou a cuidar da carreira do filho depois que os convites para atuar desapareceram.
Ela, que já foi uma grande atriz de cinema, teatro e TV, agora encara o ostracismo, pois os convites estão cada vez mais escasso. Lui também já não está mais no seu auge e faz tempo que ele não tem um show lotado. “Ela era uma diva, uma celebridade, mas, com as poucas propostas que recebe, decide ser empresária do filho”, disse Renata Sorrah ao CORREIO, na festa de lançamento da novela, no Rio de Janeiro.
“A ferida do etarismo [preconceito contra pessoas idosas] bate fundo nela”, observa a atriz, que está com 75 anos.
“De vez em quando, ela pensa nas novas atrizes, que, para ela, puxaram o tapete dela”
A personagem faz uma curiosa conexão com a “vida real”, ao citar novelas antigas, que, para Wilma, deviam ser estreladas por ela: “Ela acha que o papel de Giovana Antonelli em Caminho das Índias tinha que ser dela, assim como o de Débora Falabella em Avenida Brasil”, diverte-se Renata.
A autora explica por que aposta nessa mistura de humor, romance e drama de superação: “Uma novela das sete, especialmente, tem como ingrediente muito importante a mistura de gêneros, pois temos um público muito diverso, com adultos, crianças e adolescentes na frente da televisão nesse horário. Então, a história precisa ter um pouco de humor, de drama, de aventura, além de gerações diferentes retratadas para conseguir engajar todas as camadas do público”.