Depois de mais de 14 horas de duração, Mariele de Jesus Santos, a “Viúva Negra”, e o primo, Constantino Pereira Filho, conhecido como “Nenem”, foram condenados no júri popular realizando nesta terça-feira (13), na cidade de Valença, no Baixo Sul do estado. Ela e o comparsa foram sentenciados a 27 e 35 anos de reclusão, respectivamente, pela morte do comerciante Liel de Jesus dos Santos, o “Buiu”, marido de Mariele na ocasião. A vítima foi brutalmente assassinada em 2019.
O Ministério Público denunciou Mariele por homicídio qualificado, por motivo torpe, cruel e dissimulação, além de ocultação de cadáver e fraude processual. Constantino também foi denunciado pelo MP-BA por homicídio qualificado, com os agravantes de mediante paga ou promessa de recompensa, meio cruel, emboscada e ocultação de cadáver. Nesta terça, a leitura da decisão dos jurados foi feita pelo o juiz Reinaldo Peixoto Marinho. O júri foi realizado também com a participação da promotora Rita de Cássia Cavalcanti.
Crime
O corpo de Liel foi encontrado no dia 09 de setembro de 2019, nas imediações da fazenda Cantinho Ideal, localizado no povoado 55, após ter sido sequestrado dentro de casa. O comerciante foi morto a golpes de facão. De acordo com a denúncia, o comerciante vivia com Mariele há 18 anos. No entanto, a mulher já estava num relacionamento extraconjugal há pelo menos dois anos antes do crime e queria ficar com todos os bens da vítima. Mariele então pagou R$ 22 mil ao primo, que já tinha passagem por homicídio e extorsão mediante sequestro, para ajudá-la no planejamento e execução do marido.
As suspeitas que o crime tinha sido encomendado pela “Viúva Negra” foram levantadas após a vítima ter sido levada na porta de casa e ela não ter registrado nenhuma queixa sobre o caso. Outro fato que causou suspeita foi que, quando conduzida à delegacia, Mariele não demonstrou nenhuma emoção ao falar sobre o ocorrido.
Mariele foi presa três dias após o crime e o primo foi encontrado em Rafael Jambeiro, no Piemonte do Paraguaçu, em 16 de abril de 2020, depois de ter sido dado como foragido.