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Votar é preciso (por Mirian Guaraciaba)

Ao votar, domingo próximo, o eleitor terá chance única de se livrar da família Bolsonaro. Advertidos pela declaração do Capitão, no programa Câmara Aberta, não nos resta dúvida: são todos mestres em trapaças e fraudes. Disse ele, em 1999, quando deputado, entrevista gravada: “Eu sonego tudo o que for possível”.

Tem sonegação, tem rachadinha, tem Queiroz, tem Adriano, tem milicianos, tem compra de vacina, tem barra de ouro no MEC. É extensa a ficha policial. Mas, Ok, não vamos falar da corrupção que corrói o governo do Capitão. Faltam apenas 5 dias para começar o despejo. Esperemos que respondam criminalmente pelos seus atos.

No domingo, vamos às urnas. Votar é preciso. Dia desses, na saída da estação do metrô da Praça Antero de Quental, coração do Leblon, um grupo de militantes do PT fazia uma pregação diferente. Não pediam votos pra Luiz Inácio Lula da Silva. Clamavam aos eleitores que não faltassem à votação.

Abstenção ameaça o pleito. Em 2022, adiciona-se um agravante: fobia. Pesquisa Datafolha indica que 10% do eleitorado, ouvido em várias amostras, dizem ter medo da violência política que se tornou rotina no País.

Em Política, diz o dicionário, abstenção é o ato de se negar ou se eximir de fazer opções, visto como forma de participação passiva. Também pode demonstrar atitude anarquista, condenada por democratas.

Em 2022, abster-se significa receio, apreensão. Há razões de sobra para tanto. Na madrugada de quarta, 20/9, tiros foram disparados contra vários apartamentos em um edifício na zona norte do Recife. O alvo era uma gigantesca bandeira do PT, exposta pelo sindico. A bandeira foi retirada e o pânico se instalou na vizinhança.

Violência que se repete Brasil afora. Na noite do último domingo, o deputado federal Paulo Guedes, do PT mineiro, em campanha pela reeleição, teve seu carro atingido por disparos, em Montes Claros. O autor, preso em flagrante, é um policial militar bolsonarista. Em Salto do Jacuí (RS), o produtor rural Luiz Carlos Otoni morreu ao bater em um barranco, na tentativa de fugir do flagrante após colidir propositalmente com o carro da vereadora do PT Cleres Revelante. Por aí, vai.

Hoje, o percentual de abstenção indicado pelas pesquisas pode entregar nas urnas o que não estava previsto. A abstenção ocorre sobretudo entre as classes menos favorecidas, que estão, em sua maioria, com Lula, e menos entre os mais endinheirados, que estão, em maioria, com o inominável.

Lula faz apelos no mesmo caminho. Ao despedir-se do Programa do Ratinho, na noite da ultima quinta, o ex-Presidente conclamou a população: “Escolha quem você quiser. O País pode ser do jeito que você quiser, do tamanho que você quiser. Mas, depende do seu voto, e o que peço é que você vá até a urna e deposite seu amor e esperança, e não ódio”.

Em sua newsletter, a jornalista Thais Oyama faz as contas: se a taxa de abstenção e o perfil dos eleitores que a compõem seguirem o mesmo padrão das últimas eleições, Lula, preferido de cerca de 60% dos brasileiros que estudaram até o fundamental, tende a ser mais prejudicado do que Bolsonaro.

A campanha pelo “voto útil” (linda, com artistas de todas as estirpes cantando “vira voto, vira”), pode ajudar a quitar essa conta no primeiro turno. Mas a campanha de Lula está preocupada com a possibilidade de alta abstenção. Seja por medo, por descaso, ou por impedimento.

Datafolha trouxe nesse momento da campanha índices mais animadores – 92% dos entrevistados garantiram que irão votar, a maioria “com muita vontade de votar”. A realidade histórica não é tão otimista. A abstenção gira sempre em torno de 20%, e pode ser maior.

O processo eleitoral de 2020 será lembrado como o que apresentou alta abstenção, acima da média, registra a Agência Senado. No segundo turno, 29,5% dos eleitores não compareceram às urnas, num país em que o voto é obrigatório. Na época, havia medo da Covid, já eram 170 mil vitimas da doença. Até hoje, perdemos 685 mil vidas, Mais de 32 milhões de casos. Em 2018, quando não havia pandemia, o indice ficou em torno de 21%, muito superior ao verificado em pleitos dos últimos 10 anos.

A par das pesquisas que trazem os loucos para votar, Lula prefere a cautela. Há de se combater intensa e fervorosamente a abstenção. A abstenção ameaça a democracia. É preciso votar. Todo voto é útil.

Fogo no parquinho – A derrota cada vez mais próxima ligou o microondas em potência máxima no comitê Bolsonaro, O sacode é evidente. Há dias, Ciro Nogueira. coordenador da campanha, quis tirar férias, saltar do barco do Capitão. Pegou mal, foi obrigado a voltar atrás. Esta semana, o filho 04 bateu boca com a madrasta, publicamente. Em redes sociais, Michelle acusou a mãe do garoto, sem citar nomes, de “alpinista” por usar o sobrenome do ex-marido em sua candidatura a deputada distrital em Brasilia. Em português sofrível, Renan defendeu a mãe. O 04 e a mãe também respondem a ações na Justiça. Ninguém escapa.

Mirian Guaraciaba é jornalista O post Votar é preciso (por Mirian Guaraciaba) apareceu primeiro em Metrópoles.

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