São Paulo — O advogado Frederick Wassef disse, nesta terça-feira (15/8), que pagou em dinheiro vivo para ter desconto na recompra do relógio Rolex, nos Estados Unidos, que foi dado de presente pelo governo árabe ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vendido pelo seu ajudante de ordens Mauro Cesar Cid, que está preso.
Wassef é investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento em uma “operação de resgate” para recomprar o relógio de luxo depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que Bolsonaro devolvesse o item ao governo federal.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, em um hotel de São Paulo, Wassef admitiu que recomprou o Rolex “para devolver à União” após a decisão do TCU, em março deste ano, mas negou que a operação tenha diso feito a pedido de Bolsonaro ou do Coronel Cid. Ele disse que em “momento oportuno” vai dizer que solicitou a ele a compra do relógio.
Segundo o advogado, o vendedor nos Estados Unidos disse que poderia dar um desconto caso o relógio fosse pago em dinheiro. Wassef exibiu um suposto comprovante de saque de US$ 35 mil e uma nota de compra do relógio no valor de US$ 49 mil. E disse que o valor original do relógio seria de US$ 60 mil.
“Eram 60 mil (dólares), eu consegui derrubar para 49 mil. Vão dizer que eu fiz isso para ocultar. Mentira, porque nos Estados Unidos tem uma norma que qualquer coisa que você compre em espécie você é obrigado a se identificar” , afirmou.
Wassef afirma ter pago pelo relógio com recursos próprios e ainda disse que a União “deve” a ele pela entrega do item. Ele não deu detalhes de como pagou os outros US$ 14 mil para completar o valor do relógio, mas reiterou que todo o dinheiro saiu de uma conta dele em Miami.