Foto: Acervo pessoal
Deputada Carla Zambelli (PL-SP) tira foto com participantes de ato contra o aborto na avenida Paulista, em São Paulo 12 de outubro de 2023 | 21:00
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi proibida de subir no caminhão de som do movimento Nas Ruas, que ela própria criou, em manifestação contra o aborto na avenida Paulista nesta quinta-feira (12).
Ela afirma que se encaminhou para perto do veículo para discursar, como costuma fazer em atos do tipo há anos, quando um segurança proibiu sua passagem. Naquele momento, o atual líder do movimento, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), estava no caminhão.
Carla estava acompanhada de seu irmão, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL), que também teve o acesso vetado.
“Sempre subo no caminhão, dessa vez não deixaram sem dar explicação. Tem que perguntar para o Tomé”, afirmou ela. Procurado, o deputado estadual, que é vice-líder do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa, não quis se manifestar.
Pessoas próximas à organização do evento disseram que um dos fatores que levaram à proibição foi o fato de Zambelli ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Nas redes sociais, várias pessoas criticaram a ausência da deputada. Aliados da parlamentar apontaram ingratidão de Abduch, que a sucedeu à frente do movimento.
Zambelli se projetou politicamente no Nas Ruas, grupo que fundou e comandou entre 2011 e 2018, quando foi eleita para o Congresso.
No ano passado foi reeleita como uma das recordistas de votos, mas passou a ser criticada por parte dos bolsonaristas após o episódio em que perseguiu um homem negro com arma em punho numa rua de São Paulo na véspera do segundo turno da eleição. Alguns aliados do ex-presidente a culpam pela derrota apertada para Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, o assédio de pessoas no ato mostra que ela continua com popularidade em alta.
“O mais importante para mim é estar bem com o povo, e todo mundo lá quis tirar foto comigo. Fiquei na chuva orando com as pessoas”, afirmou a deputada.
A manifestação teve baixa adesão, reunindo algumas centenas de pessoas. Os organizadores culparam a chuva e uma manifestação surpresa de metroviários.
Fábio Zanini/Folhapress