O último chanceler do governo Bolsonaro esperava assumir um dos postos-chaves do Itamaraty no governo Lula, mas teve a expectativa frustrada pelo ministério. Carlos França deve ir para a embaixada no Canadá, em Ottawa.
Amigos de França dizem que ele esperava assumir a representação brasileira na ONU ou a chefia das embaixadas em Washington ou em Buenos Aires. Os titulares de todos esses postos já foram anunciados pelo chanceler Mauro Vieira.
França acreditava que seria recompensado por não ter se portado como um bolsonarista incendiário, como fez o seu antecessor, Ernesto Araújo. Queria receber o mesmo tratamento dispensado por Michel Temer aos ex-chanceleres de Dilma Rousseff, que foram para funções de prestígio — o que não é o caso de Ottawa, em que pese a boa qualidade de vida.
O ex-chanceler está em silêncio desde que a imprensa veiculou a informação sobre sua ida para o Canadá. França não fala sobre o assunto nem com os amigos mais próximos, o que foi percebido como um sinal de insatisfação.