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Embaixada da Ucrânia diz que ideia de convidar Lula é ‘muito boa’ para brasileiro ‘mudar atitude sobre invasão’

Com a guerra entre Ucrânia e Rússia completando um ano, diplomatas dos países buscam ganhar apoio para dar fim ao confronto. Encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoliy Tkach, declarou em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 24, que um encontro por telefone está sendo articulado para que conversem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, uma data ainda não foi definida. Tkach ainda complementou que uma visita de Lula à Ucrânia seria positiva para a região. “A ideia é muito boa do ponto de vista de que, no caso de disponibilidade de o presidente Lula ir para a Ucrânia, isso pode mudar a percepção toda do Brasil”, avaliou. Ainda não existe um convite formal para que o presidente brasileiro viaje até o local. O governo adotou uma postura diplomática de neutralidade desde o início do conflito entre as duas regiões. Tkach acredita que se Lula visse as condições que a Ucrânia enfrenta durante a guerra, poderia mudar o posicionamento do presidente. “Muitas visitas internacionais demonstraram que uma visita para Ucrânia pode mudar a percepção do que está acontecendo lá. Por isso, visitar a Ucrânia é uma boa ideia porque vai dar melhor percepção de como são as coisas e pode mudar a atitude sobre essa invasão em grande escala”, complementou. Mas a ida do petista ainda é uma suposição, reforçou o encarregado de negócios. “Foi um comentário de suposição. Ainda a conversa não aconteceu. Por isso que ainda não posso confirmar que o presidente convidou ou não convidou. Mas essa ideia, como comentei, é muito boa”, reforçou.

A guerra entre Rússia e Ucrânia completou um ano nesta sexta-feira, 24. Desde a invasão russa, centenas de cidades viraram palco de conflitos – algumas delas ainda seguem sob o controle das tropas de Vladimir Putin. Apesar de levar vantagem nos primeiros meses, a Rússia perdeu força em meados do segundo semestre de 2022 e o Exército de Kiev lançou uma contraofensiva, que fez com que recuperassem algumas regiões, inclusive algumas daquelas que o presidente russo tinha anexado, e deixasse a guerra equilibrada. Atualmente há um impasse. Segundo o general Zaluzhny, as tropas de Moscou ocupam 18% da Ucrânia, contudo, Kiev retomou 40% dos territórios ocupados pela Rússia desde a invasão. Os intensos bombardeios já deixaram centenas de mortos – estima-se que sejam mais de 150 mil em cada lado – e milhões de refugiados. De acordo com as Nações Unidas, os combates deixaram mais de cinco milhões de deslocados internos e obrigaram quase oito milhões de pessoas a abandonar a Ucrânia. O custo econômico para a Ucrânia foi enorme: o PIB registrou contração de 35% em 2022, segundo o Banco Mundial. A Kyiv School of Economics calculou os danos em 138 bilhões de dólares e as perdas para a agricultura em mais de US$ 34 bilhões. Mais de 3.000 escolas foram afetadas, segundo o governo ucraniano. A Unesco contabiliza 239 centros culturais atingidos. Confira em seis mapas a evolução da invasão russa à Ucrânia durante os primeiros doze meses.

 

 

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