A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa precisou mudar o calendário de oitivas após uma decisão que envolveu Alexandre de Moraes, Anderson Torres e Jair Bolsonaro.
Isso porque Torres seria ouvido na CLDF na próxima quinta-feira (16/3), caso concordasse com o depoimento, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para essa data uma declaração do ex-secretário de Segurança Pública em uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar Bolsonaro inelegível.
Com isso, a CPI deixou o depoimento de Anderson Torres para dia 23 e vai ouvir o policial Jorge Eduardo Naime no dia 16. Ex-comandante de Operações da PMDF, ele foi preso no âmbito da 5ª fase da Operação Lesa Pátria. Naime pediu folga e foi dispensado na véspera das invasões dos Três Poderes.
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), conversou com a advogada do PM nesta sexta-feira (10/3) e ela manifestou o interesse do cliente em prestar o depoimento, esclarecer fatos e ter tudo transmitido ao vivo nas plataformas da Câmara Legislativa, como ocorre de praxe.
Somente o possível depoimento de Torres será reservado, sem transmissão. Ele pode se recusar a comparecer, como decidiu Alexandre de Moraes. O ministro, no entanto, determinou a obrigação da oitiva do ex-secretário em outro caso.
Torres vai depor na condição de testemunha em uma investigação contra Jair Bolsonaro que apura possível abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em decorrência do desvio de finalidade da reunião do ex-presidente com embaixadores de países estrangeiros, a fim de favorecer sua candidatura à reeleição.
Moraes concedeu o pedido para a oitiva e marcou para o dia 16 de março, às 10h, por videoconferência.