Se foram escolhidos a dedo para cuidar da tarefa, não se sabe. Mas talvez não houvesse pessoas mais indicadas para recepcionar os golpistas que invadiram em 8 de janeiro o Palácio do Planalto.
Foram 9 os militares do Gabinete de Segurança Institucional da presidência filmados pelo circuito interno de câmeras do palácio; desses, 7, pelo menos, eram da total confiança de Bolsonaro.
O capitão José Eduardo Natale, por exemplo, “o camisa branca” que deu de beber água aos golpistas que tinham sede, viajou com Bolsonaro à Rússia em fevereiro do ano passado.
O general Carlos Feitosa Rodrigues também viajou a Moscou. Foi dele o informe emitido na véspera do golpe que reduziu o contingente de agentes de plantão no domingo.
Natale esteve em agosto com Bolsonaro em Juiz de Fora, no lançamento de sua candidatura à reeleição. Foi ali, em 2018, que Bolsonaro levou uma facada e disparou nas pesquisas eleitorais.
O coronel Wanderli Baptista da Silva Jr viajou com Bolsonaro em outubro para a abertura de mais uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Foi a ele que o general Gonçalves Dias, ministro do GSI, deu ordem para que prendesse os invasores do palácio. Outros que acompanharam Bolsonaro em viagens:
* Alexandre Amorim;
* André Luiz Garcia Furtado;
* Alex Marcos Barbosa Santos; e
* Laércio da Costa Jr.
Todos disseram em depoimento à Polícia Federal que não reagiram à invasão para não arriscar a vida. Estavam em desvantagem diante dos golpistas.
Então, optaram apenas por “administrar a crise”.