Crítico de Dias Toffoli, o juiz maranhense Douglas de Melo Martins assumiu a presidência do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O importante órgão colegiado do governo Lula é subordinado ao Ministério da Justiça.
Em 2020, Martins trocou farpas com Toffoli, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). As críticas começaram após uma decisão de Martins que obrigou o governo do Maranhão a adotar lockdown durante a pandemia de Covid.
Toffoli disse que Douglas Martins usou a mídia para fazer autopromoção. “Quem sabe ele queira criar, por decisão judicial, uma vacina. Só falta isso”, afirmou o presidente do STF, à época.
Martins reagiu dizendo que o ministro teria usado cargos anteriores como trampolim para chegar ao STF. “Este ministro que me acusa de usar a magistratura como trampolim, ele, sim, utilizou os cargos anteriores como trampolim para chegar ao STF. Eu, não. Eu fiz foi estudar”, afirmou Douglas Martins.
O juiz também disse que o presidente do Supremo deveria “convocar a imprensa” para “desmentir essas informações que estão circulando nos meios de comunicação de que ele teria recebido propina da Odebrecht”.
Na ocasião, o magistrado fez referência a uma reportagem da revista “Crusoé”. A matéria, contudo, não relatava pagamento de propina a Toffoli, mas que o nome do ministro teria sido citado por Marcelo Odebrecht em um e-mail.
As declarações, em um programa de TV, renderam ao juiz uma reclamação disciplinar feita pelo então corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins.
Douglas Martins foi proibido de participar de lives com temas relacionados a conteúdo político-eleitoral e orientado a evitar exposição na mídia.