Agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) vão paralisar as atividades nesta sexta-feira (26/5), sábado (27/5) e domingo (28/05).
Durante a entrevista ao Metrópoles, o diretor-geral do Detran-DF, Marcelo Portela, disse que o movimento é de um sindicato recém-criado e que não tem “pauta”, já que os agentes de trânsito do DF “são os mais bem remunerados do país”.
Segundo Portela, a paralisação ocorre após a revisão das escalas noturnas do órgão. O gestor disse que o Tribunal de Contas do DF (TCDF) questionou o motivo de a escala noturna não atingir as 40 horas semanais de trabalho obrigatórias ao agente de trânsito por lei.
Assista à entrevista:
Diante da provocação do TCDF, de acordo com Portela, o Detran-DF identificou que 50% dos profissionais operacionais ficavam no horário noturno, de madrugada, quando os índices de acidentes são pífios.
“Você sabe dizer quantas mortes foram registradas neste ano [neste horário]? Nenhuma. Ou seja, é muito mais importante para o interesse público que esses agentes estejam onde há registro de maior número de acidentes e onde haja um intenso fluxo de veículos”, pontuou.
A greve temporária ocorre em meio à realização do Pentecostes, evento anual de grande porte da Igreja Católica. Segundo Portela, o órgão se planeja para que a paralisação não atrapalhe a organização do trânsito no evento.
A coluna tentou contato com o Sinatran-DF, apontado como responsável pelo movimento de paralisação, mas não conseguiu. O site oficial exige login e senha pré-registrados para acesso, ou seja, não há possibilidade de criar novo cadastro. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
O Sindetran-DF, sindicato mais antigo e reconhecido de servidores da autarquia, não apoia greve deste fim de semana. O agente e presidente do Detran-DF, Heitor Martins de Oliveira, disse à coluna que o Sindetran-DF questiona administrativamente a criação do Sinatran-DF.
“O Sinatran-DF foi criado no apagar das luzes do governo de Jair Bolsonaro, pelo ministério responsável. Temos aproximadamente 750 associados. A gente não reconhece a carta sindical do Sinatran-DF, por isso, estamos questionando administrativamente e iremos levar à Justiça”, afirmou.