O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foi homenageado em uma sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na mira de ser chamado para a Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (CPI do MST) para depor sobre sua ida a um acampamento sem-terra, quando ainda atuava na Corte, o ex-magistrado ganhou chocolates produzidos por integrantes do movimento. Sorrindo, ele exibiu o presente e brincou com a plateia. Em discurso, Lewandowski declarou que mesmo após décadas da promulgação da Constituição, em 1988, a democracia brasileira continua sendo ameaçada. “Percebemos, para a nossa surpresa, o quão frágil é a nossa democracia que imaginávamos consolidada e acabada. Nós nos demos conta de que ela é uma plantinha terra que precisa ser cultivada e cuidada todos os dias sob pena de fenecer”, disse. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao STF, o ex-ministro ainda falou que os atos do 8 de Janeiro foram o ápice da animosidade. “Essa insanidade coletiva teve como ápice a invasão e a depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, por uma turma ensandecida, demonstrando de forma contundente como ainda precisamos estar atentos e fortes para segurar a sobrevivência das instituições democráticas e a prevalência da Justiça social em nosso país”, comentou. O evento na Alesp contou com a presença de diversos representantes da esquerda. Entre eles advogados próximo do governo e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, Paulo Teixeira. “Sua história será contada nas salas de aula. O ensinamento daqueles mestres, que se debruçarão sobre suas decisões na defesa daqueles que pedirão pelas garantias de suas liberdade no Judiciário. Daqueles que lutam pelos seus direitos violados para encontrar uma resposta reparadora no Poder Judiciário”, completou Paulo Teixeira em homenagem a Lewandowski, que se aposentou neste ano, depois de 17 anos de atuação no STF.
*Com informações do repórter Misael Mainetti.