O texto da reforma tributária vai passar por dois turnos de votação no Senado Federal para ser aprovado. Apesar do movimento do Centrão, de querer ocupar cargos no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), especialistas estão otimistas com o avanço da proposta. Isso é o que avalia o doutor em ciência política da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto. “De uma maneira em geral, o clima político é melhor em Brasília. Isso acontece por conta do momento econômico, que tem incentivado também os partidos políticos, especialmente aqueles que se elegeram com Bolsonaro e que depois adotaram uma postura de independência, a buscar uma aproximação com o governo Lula. Na lógica da política brasileira, os partidos estão sempre procurando colocar as suas fichas no cavalinho vencedor. Hoje, existe uma perspectiva positiva para o governo, pelo menos no curtíssimo prazo. Essa composição política, que permitiu que a reforma fosse aprovada na Câmara no primeiro semestre e que dá impulso para que ela aconteça no segundo, ela depende de movimentos que hoje estão na mão do presidente Lula, principalmente a minirreforma ministerial”, comentou. Aprovada na Câmara dos Deputados, a reforma que pretende simplificar a cobrança de impostos no Brasil é considerada uma vitória do Congresso, principalmente do presidente da Casa Leis, Arthur Lira (PP-AL) que entregou o texto ao Senado na semana passada. Para Leonardo Barreto, Lira pode perder força nos próximos meses por se aproximar ao governo. O cientista política, no entanto, reforça que cada vez mais qualquer governo dependerá do Centrão para avançar as pautas de interesse.
*Com informações do repórter Daniel Lian.