São Paulo – “Eu, do lado do Bolsonaro?” A pergunta foi feita pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na manhã desta terça-feira (5/9), após ser questionado sobre sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma estudante da universidade Faap, em Higienópolis, no centro da capital.
Nunes estava na faculdade para dar uma palestra a alunos e professores, e respondeu duas perguntas ao término da aula.
“Eu tenho que ser prefeito olhando para todo mundo. Agora, eu não tenho proximidade com o presidente Bolsonaro como não tenho proximidade com o presidente Lula”, disse Nunes.
O prefeito já se reuniu duas vezes com o ex-presidente desde o fim de junho e conta com o apoio do partido de Bolsonaro para as eleições do ano que vem.
Entretanto, a relação com Bolsonaro ainda não está equacionada. Nunes quer ficar próximo o suficiente do ex-presidente, para evitar que Bolsonaro apoie outro candidato nas eleições do ano que vem, e distante o bastante para não se contaminar pelos altos índices de rejeição de Bolsonaro na cidade.
“Eu não sou prefeito de uma parcela da população ou de outra parcela. Sou prefeito de todos”, disse Nunes, como resposta à estudante que havia questionado sua relação com o ex-presidente, após devolver a pergunta com a questão exclamativa.
“Quando eu contei para vocês do acordo que a gente fez com governo federal, quem era o presidente era o presidente Bolsonaro. Lógico que conversei com ele. Hoje, o presidente é o Lula. Se eu tiver de conversar com o presidente Lula para o interesse da cidade, vou conversar com ele”, disse Nunes.
Instantes antes, ele havia contado aos alunos que a cidade está com uma uma situação financeira favorável, o que era resultado, em parte, por causa de acordos feitos com o governo federal.
A distância “estratégica” de Ricardo Nunes ante o ex-presidente já irrita aliados de Bolsonaro, que ameaçam não embarcar na campanha à reeleição do emedebista em São Paulo, no ano que vem.