Ex-procurador teve recurso rejeitado pelo TSE e ainda poderia recorrer ao Supremo
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
‘Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje’, disse Deltan
O ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou que não recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para recuperar seu mandato. Na última semana, o recurso que o ex-procurador enviou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi rejeitado, ele ainda tinha um último recurso no STF. “Não há justiça no Supremo”, disse. “Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje. O STF está destruindo a democracia que deveria proteger, com decisões cada vez mais arbitrárias. No STF, eu seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram meu mandato em um exercício de futurologia e pelos mesmos ministros que mataram a Lava Jato, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que dominam hoje na Corte”, expõe.
Deltan ainda proferiu mais críticas à Suprema Corte, dizendo que os ministros estão atuando de maneira política, arbitrária e ilegal, fora do que prevê a Constituição Federal e desrespeitando os demais poderes. “Quem deveria proteger a Constituição e a democracia a ataca e mina de dentro. Ministros do Supremo que se diziam garantistas para aliados do Poder se revelaram punitivistas para quem consideram adversário do sistema”, disse. “Três ministros do STF já votaram contra mim no TSE, sem respaldo na lei, como muita gente disse, não é uma opinião pessoal. Segundo a imprensa, os ministros estão mais ativos do que nunca no jogo do poder em Brasília, querendo emplacar seus candidatos em vagas nos tribunais superiores, na PGR e em outros órgãos, com Lula abertamente desejando se vingar da Lava Jato”, explica. “Os incentivos para que julguem politicamente, de acordo com a capa dos autos, são muito grandes. As decisões recentes do STF alimentam a desesperança e minam a credibilidade do tribunal, como aquela do ministro Toffoli que anulou todas as provas do acordo com a Odebrecht, em que ele mesmo foi citado, sem o devido embasamento e, ao mesmo tempo, segundo vários jornalistas, para fazer as pazes com Lula. Toffoli seria, aliás, o relator do meu caso no STF. Alguém acredita em um tribunal desses?”, questiona.
Todavia, Deltan disse que não deixará o Brasil, e continua acreditando na política como caminho eficaz para a mudança. “Somos um movimento e não um mandato. Vou lutar todos os dias para continuar a honrar os 345 mil votos que recebi dos meus eleitores e buscar uma transformação ainda maior”, disse.
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