Proposta que permite venda de parte do sangue por empresas privadas foi aprovada na CCJ do Senado nesta quarta
Gil Ferreira/Ascom-SRI
Declaração de Padilha foi dada antes de a CCJ do Senado aprovar a PEC
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o posicionamento do governo é totalmente contrário à aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que propõe permitir a comercialização, coleta e processamento de plasma sanguíneo pela iniciativa privada. O ministro definiu a medida como “vampirismo mercadológico”. A proposta, relatada pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), aliada do governo, foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto divide integrantes da base de Lula no Congresso. Além da relatora, o senador Otto Alencar (PSD-BA) é favorável à medida, mas senadores como os ex-ministros da Saúde Humberto Costa (PT-PE) e Marcelo Castro (MDB-PI), além de Zenaide Maia (PSD-RN), são contra a venda do plasma humano.
“A solução não é vender, querem fazer essa solução. ‘Ah, mas 60% do plasma é descartado’, vou dar um exemplo que pode ser absurdo, mas se a gente der essa brecha pode chegar nisso: hoje milhões de pessoas morrem e seus órgãos são enterrados não usados em transplante, a solução é criar um mercado para vender esses órgãos?”, questionou Padilha. “Somos absolutamente contrários ao vampirismo mercadológico que querem criar com essa alteração na constituição, vamos fazer um apelo, continuar falando. Temos dois ex-ministros aqui no Senado, o ministro Marcelo Castro (MDB-PI) e ministro Humberto Costa (PT-PE), foram de governos diferentes e estão firmando posição contrária a essa comercialização”, complementou o ministro.