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Conselho de Segurança da ONU tenta deter escalada após ataque do Hamas

Os violentos ataques terroristas do grupo extremista islâmico Hamas contra civis e militares israelenses, nesse sábado (7/10), alarmaram a comunidade internacional, que tenta evitar uma escalada da violência no Oriente Médio enquanto Israel bombardeia a Faixa de Gaza em resposta. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem o Brasil em sua presidência rotativa, terá uma reunião na tarde deste domingo (8/10), em Nova York, para tratar do conflito e buscar opções.

Israel foi alvo de intenso ataque dos extremistas do Hamas. A violência e o elemento surpresa levaram analistas mundo afora a compararem o evento aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. A ofensiva surpresa, com bombardeios e avanços por terra, é considerada pelas autoridades israelenses como uma das maiores da história do país, deixando centenas de mortos e feridos.

Apesar dos esforços da comunidade internacional, que condenou massivamente os ataques ao longo do sábado, não parece provável que a violência na região seja reduzida neste momento. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra aos palestinos, ameaçou reduzir a Faixa de Gaza a ruínas e liderou ataques aéreos. O Hamas reagiu jogando mais foguetes em direção a Israel ao longo da noite. Os terroristas também sequestraram dezenas de reféns israelenses, tanto militares quanto civis, e os levaram para “túneis da resistência”, provavelmente para tentar uma vantagem estratégica contra o poderio militar do oponente.

Rockets fired from Gaza in response to Israeli airstrikes

Uma visão de foguetes disparados por palestinos em resposta a ataques aéreos israelenses durante uma operação na Cidade de Gaza, Gaza em 07 de outubro de 2023 Abed Rahim Khatib/Anadolu Agency via Getty Images

Israel-Gaza Conflict

As pessoas avaliam a causa da destruição causada pelos ataques aéreos israelenses na Cidade de Gaza em 7 de outubro de 2023 Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Aftermath of Israeli airstrikes in Gaza

Crianças são vistas em uma casa destruída após ataques israelenses na Cidade de Gaza Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images

Israeli forces take security measures in Ashkelon amid Israeli-Palestinian escalation

As forças israelenses deixam as pessoas e as revistam dentro das medidas de segurança tomadas em Ashkelon, Israel, enquanto os confrontos entre grupos palestinos e as forças israelenses continuam perto da fronteira Israel-Gaza Saeed Qaq/Anadolu Agency via Getty Images

Israeli death toll from Gaza attacks rises to 100

Bombeiros respondem depois que um incêndio eclodiu em um prédio como resultado de facções palestinas disparando foguetes em resposta aos ataques aéreos israelenses em Sderot, Israel Saeed Qaq/Anadolu Agency via Getty Images

Aftermath of Israeli airstrikes in Gaza

Os esforços de busca e resgate continuam entre os escombros de edifícios destruídos após ataques israelenses na Cidade de Gaza Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images

Clashes between Palestinian factions and Israeli forces

O braço armado do Hamas, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses na Cidade de Gaza Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images

Israeli forces take security measures in Sderot amid Israeli-Palestinian escalation

Forças israelenses tomam medidas de segurança em Sderot, Israel, Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images

At least 198 people killed in Israeli attacks on Gaza

A fumaça sobe à medida que os confrontos entre grupos palestinos e as forças israelenses continuam na Cidade de Gaza Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images

Os esforços e limites da ONU O Brasil, que convocou a reunião de emergência na ONU, condenou os ataques do Hamas, alegou que “não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis” e pediu aos envolvidos para “exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”.

No mês de outubro, a presidência rotativa do grupo é do Brasil, que ocupa uma das 10 vagas para membros não-permanentes do Conselho. O Conselho pode aprovar um pronunciamento contra o conflito e pedir por negociações de paz. O grupo, porém, tem sido pouco efetivo na resolução de conflitos internacionais, como a Guerra da Ucrânia.

Ele é composto por cinco membros permanentes e com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Outros 10 países fazem parte do Conselho de forma temporária, com mandato de dois anos: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

Em comentário nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar chocado com os ataques terroristas e repudiou o terrorismo “em qualquer de suas formas”. O petista afirmou que o Brasil “não poupará esforços para evitar a escalada do conflito”, inclusive na presidência do Conselho de Segurança da ONU.

“Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, escreveu Lula.

Em pronunciamento televisionado durante a noite, Netanyahu pediu que israelenses saiam da Faixa de Gaza: “Todos os lugares onde o Hamas se esconde e onde opera, iremos transformá-los em ruínas. Saiam daí agora”, destacou. O líder, porém, reconheceu que o conflito levará tempo e disse que a guerra “vai ser difícil”.

A ação dos extremistas surpreendeu a inteligência do governo israelense, que não conseguiu antecipar o ataque e permitiu, dessa forma, que diversos pontos mais distantes da Faixa de Gaza fossem invadidos. A vulnerabilidade é semelhante à Guerra do Yom Kippur, há exatos 50 anos, quando Israel foi alvo de ataques coordenados por parte do Egito e da Síria.

Sábado de terror Mohammad Deif, comandante do grupo armado, afirmou em comunicado que 5 mil foguetes foram lançados. Membros do Hamas entraram no território israelense pela Faixa de Gaza em mais de 20 pontos, e atingiram ou levaram israelenses como reféns. Os confrontos foram registrados principalmente na região sul do país.

Depois da contraofensiva israelense na Faixa de Gaza, o Hamas voltou a atacar e bombardeou a cidade de Tel Aviv, de acordo com a Associated Press. O ministro da Energia israelense, Israel Katz, solicitou o corte de energia em Gaza.

O ataque do Hamas aconteceu durante a festa judaica de Simchat Torá, quando se encerra e se reinicia a leitura da Torá. Deif definiu a ofensiva do Hamas como uma resposta aos 16 anos de bloqueio na Faixa de Gaza, além dos ataques israelenses na Cisjordânia no último ano e a situação de disputa de Al Aqsa, local sagrado em Jerusalém.

Autoridades internacionais reagem O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o apoio americano e o direito à defesa israelense. “Nunca há justificativa para ataques terroristas e o apoio da minha administração à segurança de Israel é sólido e inabalável”, continuou o presidente americano. Biden pontuou que este não é o momento para que “partes hostis a Israel” aproveitem a situação para obter vantagem.

Biden ligou para Netanyahu durante o sábado para prestar apoio ao líder israelense. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou duramente sobre os ataques.

Ele pediu que “todos os esforços diplomáticos” sejam feitos para evitar a escalada da violência. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, definiu os “ataques hediondos” como “terrorismo na sua forma mais desprezível”. “Condeno inequivocamente o ataque realizado pelos terroristas do Hamas contra Israel”, destacou.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu comunicado em que pede pelo cessar-fogo. “Pedimos aos lados palestino e israelense que implementem um cessar fogo imediato, renuncie à violência e exercite a contenção necessária e estabeleçam, com a ajuda da comunidade internacional, um processo de negociação destinado a estabelecer a paz ampla, duradoura e há muito aguardada no Oriente Médio”, diz o pronunciamento.

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