Líderes de religiões de matriz africana querem que Ministério Público Federal (MPF) investigue o ocorrência de intolerância religiosa em novelas da emissora.
Segundo a Folha de S. Paulo, a denúncia teria sido motivada por reportagem do site Notícias da TV sobre uma reunião entre o diretor da TV e dos Estúdios, Amauri Soares, com autores da casa. Nela, Amauri teria dito que a maioria do país será de religião evangélica em 2030 e que é um objetivo da empresa é ter histórias que se conectem com essa parcela da população, deixando outras crenças de lado.
O fato teria revoltado autores e levou líderes de religiões de matriz africana a pediram uma investigação, para que a Globo explique sua decisão.
“É proibido que qualquer entidade faça acepção de credos ou agremiação de natureza religiosa em serviços que são regulamentados por concessões públicas, o caso do serviço de televisão por radiodifusão deve ser compartilhado entre a sociedade e o Estado brasileiro, considerando a pluralidade de ideias e de credos religiosos tão diversos e presentes em nosso país”, diz a denúncia.
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Terra e Paixão Reprodução/Globo
Sheron Menezzes – Sol – Vai na Fé
Sol, de Vai na Fé Reprodução
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Amaury Lorenzo está no elenco de Terra e Paixão como Ramiro Reprodução/Globo
O grupo que denunciou a Globo também pede que, caso as informações sejam verdadeiras, a emissora responda judicialmente por intolerância religiosa.
O MPF ainda aceitou a denúncia, mas tem o prazo de 30 dias para acatá-la ou não. À Folha, a Globo negou as acusações e diz que preza pela liberdade religiosa.
“Os Estúdios Globo estão sempre abertos a receber as mais diversas propostas criativas de seus criadores”, diz nota da empresa. “Vale reiterar ainda que a Globo apoia a liberdade religiosa e considera as diversas religiões professadas no país um patrimônio cultural da nação brasileira.”