Benjamin Netanyahu declarou, neste sábado (20/1), que se opõe à criação de um Estado palestino após o fim da guerra, e deu a entender que Israel deve manter o controle de Faixa de Gaza, caso o Hamas seja derrotado no conflito, que dura mais de 100 dias.
“Não comprometerei o controle total da segurança israelense sobre toda a área a oeste da Jordânia — e isto é contrário a um Estado palestino”, escreveu o premier israelense em seu perfil no X, antigo Twitter.
A fala de Netanyahu contradiz comentário feito por Joe Biden sobre o futuro de Gaza no pós-guerra. Após ligação com o premier israelense nessa sexta-feira (19/1), o presidente dos Estados Unidos disse em coletiva de imprensa que a criação de um Estado palestino independente seria possível, mesmo com Netanyahu no poder.
Há alguns meses, o futuro da Faixa de Gaza é um ponto de divergência entre o governo de Israel e seu maior aliado, os EUA.
Em dezembro, Netanyahu afirmou que Tel Aviv e Washington não haviam chegado a um acordo sobre o futuro da região, governada pelo Hamas desde 2006, após o grupo vencer as eleições parlamentares daquele ano.
Diversas vezes, o governo dos Estados Unidos se posicionou favorável à criação de um Estado palestino independente como uma das principais formas de manter a paz entre israelenses e palestinos, e sugeriu algumas formas de governos para a Faixa de Gaza no pós-guerra.
Uma delas seria que a Autoridade Palestina (AP), que atualmente governa a Cisjordânia, assumisse o controle de Gaza em caso de derrota do Hamas. Netanyahu, no entanto, sempre se mostrou contrário ao posicionamento do principal país aliado de Israel.