Governo diz que Guillermo Ferraro sai por “motivações pessoais”; ele seria responsável por vazar informações da gestão
Guillermo Ferraro (foto) é contador público e possui formação em Administração pela Universidade de Buenos Aires. Entre 2010 e abril de 2023, o empresário foi diretor de Infraestrutura e Governo da KPMG na Argentina Reprodução/ X @Desdelaplateaa – 21.nov.2023
PODER360 27.jan.2024 (sábado) – 19h50
O presidente da Argentina, Javier Milei, oficializou neste sábado (27.jan.2024) a demissão do ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro. Em nota, o governo informou que Ferraro sairá por “motivações pessoais”.
“Nós próximos dias, o ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, apresentará a sua renúncia por razões pessoais”, diz o comunicado. Eis a íntegra, em espanhol (PDF – 100 kB).
Milei tomou a decisão de demitir o ministro na 5ª feira (25.jan). Segundo os jornais argentinos La Nación e Clarin, a motivação seria um suposto vazamento de informações das reuniões interministeriais realizadas duas vezes por semana na Casa Rosada.
O comunicado informou ainda que o Ministério da Infraestrutura será desfeito e transformado em uma secretaria do Ministério da Economia, chefiado por Luis Caputo.
Com a mudança, o número de ministério do governo argentino cai para 8, como Milei havia prometido durante a campanha.
“Esta medida irá gerar maior coerência na política econômica do governo nacional e permitirá continuar a adaptar-se o orçamento ao atual contexto de crise”, disse a nota.
Ao assumir o governo, o libertário cortou pela metade o número de ministérios. Dos 18 da gestão do peronista Alberto Fernández, deixou 9.
Dos 9 ministérios, 2 foram caracterizados como “superministérios”, sendo um deles o de Infraestrutura, que reuniu Transporte, Obras Públicas, Mineração, Energia e Comunicações.
O outro, de Capital Humano, contemplou Desenvolvimento Social, Trabalho e Educação.
Guillermo Ferraro Nas eleições de 2023, Ferraro coordenou a fiscalização nacional da coalizão “La Libertad Avanza”, de Javier Milei. Anteriormente, em 2009, contribuiu nas equipes técnicas do Ministério da Fazenda do Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires. Seu currículo inclui também a direção do Banco Bisel de 2003 a 2007.
Além disso, ele ocupou a posição de subsecretário de Indústria de 2002 a 2003, durante a presidência de Eduardo Duhalde, e foi vice-presidente da Nación Servicios de 2005 a 2007, sob a administração de Néstor Kirchner. Ferraro também foi chefe de assessores do peronista Antonio Cafiero, no Senado. Na década de 1990, participou da Convenção Constituinte responsável pela reforma constitucional de 1994, que permitiu a reeleição de Carlos Menem.
Nos últimos 13 anos, o doutor em ciências econômicas trabalhou como diretor na KPMG Argentina, uma empresa global especializada em fornecer serviços de auditoria e consultoria.
Em entrevista à rádio argentina Mitre, Ferraro havia afirmado que seu objetivo à frente do ministério seria estimular a participação do setor privado e diminuir a interferência do Estado na área.
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