O deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE) negou ter envolvimento com o incêndio das casas de praia de dois colegas de partido, os irmãos Antônio e Maria Emília Rueda, respectivamente presidente eleito e tesoureira da legenda. Bivar e Antônio Rueda já foram próximos, mas a aliança, que já estava fragilizada, foi quebrada de vez durante a disputa por poder no União Brasil. Nascida da fusão do PSL com o DEM, em 2021, a sigla teve o parlamentar como primeiro presidente, mas ele perdeu o cargo para Rueda, eleito por unanimidade pela executiva, em fevereiro — no entanto, o novo chefe ainda não tomou posse. Alguns dos membros do União, como o deputado Elmar Nascimento, afirmam que testemunharam ameças de Bivar ao ex-aliado, citando até sua rotina. Quando os dois imóveis em Toquinho, próximo a Porto de Galinhas, foram incendiados, os Ruedas levantaram suspeita sobre o deputado, que nega o crime e, em entrevista ao repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News, acusa o agora rival de ser um “Judas”.
“Eu que dei a mão, eles não eram p**ra nenhuma na vida. Desde Judas que essas coisas acontecem. A dor da apunhalada é melhor do que saber quem o apunhalou”, disse Luciano Bivar, enfatizando que foi padrinho político de Antônio Rueda. Além de ter entrado no antigo PSL pelas mãos do agora inimigo, o advogado integrou a diretoria de Bivar no Sport, um dos clubes mais populares de Pernambuco. “Rueda é Judas traidor. Ele tem medo de olhar no meu olho, tem medo de falar comigo.” O desentendimento que aflorou agora começou após Rueda expandir seus tentáculos para o centrão, especialmente para a ala do União egressa do DEM que não se entendia com Bivar. Quando seu padrinho brigou com ACM Neto em agosto de 2003, o advogado ficou do lado do ex-prefeito de Salvador.
O União já iniciou o processo para expulsão de Luciano Bivar e deu 72 horas para ele apresentar sua defesa. “Eles podem muita coisa, mas não podem tudo. Para isso existe o estatuto, princípio do direito. Não é assim que os caras vão fazer. Meu advogado vai dizer sobre esse prazo”, anunciou o ex-presidente do Sport. Ele afirma que nem sequer viu a ata da convenção realizada na quarta-feira (13) que decidiu pelo seu afastamento. “Eu vou esperar que venha essa ata. Se estiver tudo perfeito, eu me dobro. Agora, se não tiver, não posso aceitar.”
*Com informações do repórter Bruno Pinheiro