Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas suspendeu o processo administrativo disciplinar (PAD) contra o delegado da Polícia Civil Pedro Arnaldo Buk Forli e os agentes Alexandre Akira Issatugo e Elias Barbosa Santos. Os três são acusados de receber vantagens indevidas para acobertar o desmatamento de uma área de Mata Atlântica promovido pelo dono da fábrica de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho.
O empresário, os policiais e mais 6 pessoas respondem a uma ação penal por corrupção e crime ambiental em trâmite na 4ª Vara de Itapecerica da Serra. A suspensão do processo disciplinar, de acordo com Tarcísio, vai se estender até que seja proferida sentença na ação penal. O governador determinou o acompanhamento do caso pela Delegacia Geral de Polícia Civil para que o PAD seja instruído a partir da decisão judicial.
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Laerte Codonho foi acusado de desmatar área protegida para instalar distribuidora de água mineral
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Proprietário da Dolly responde na Justiça por corrupção e crime ambiental
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Área de 6 hectares foi desmatada durante dois anos
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Policiais tiveram PAD suspenso por Tarcísio, mas respondem na Justiça por acobertar desmatamento
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As investigações sobre o crime ambiental no qual os policiais estariam envolvidos começaram em 2018. Naquele ano, Laerte Codonho foi preso por uma fraude fiscal de R$ 4 bilhões. Na operação, foram apreendidos notebooks, celulares e pen drives cuja análise revelou um esquema de pagamento de propina para que o desmatamento fosse acobertado.
Codonho estava contruindo uma distribuidora de água mineral em uma extensa área de floresta preservada em São Lourenço da Serra, onde havia a nascente de um rio. Imagens de satélite mostraram que cerca de 6 hectares foram gradualmente devastados entre 2014 e 2016.
O conteúdo do material apreendido mostrou que Laerte Codonho acompanhava todo o processo de pagamento de propina aos agentes públicos. Testemunhas afirmaram à polícia que ele seria o responsável pela liberação do dinheiro entregue aos policiais e um motoboy confirmou o transporte períodico dos valores.
“Ele acompanhou esse processo de desmatamento, inclusive fazendo sobrevoo sobre o local, enviando mensagens com filmagens do local sendo desmatado, e, por fim, ainda temos indicações, provas diretas, testemunhas, de que ele, de fato, coordenou todo esse processo. Ele determinou a realização desse desmatamento, bem como o pagamento das propinas”, afirmou, em 2019, o promotor de Justiça Rodrigo Mansour da Silveira, autor da denúncia contra os envolvidos.
Na época das denúncias, o delegado Pedro Arnaldo Buk Forli negou envolvimento no esquema e alegou que não trabalhava na região quando as irregularidades ocorreram. A suspensão do PAD foi recomendada por parecer da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. A coluna não conseguiu contato com os três policiais apontados pelo Ministério Público. O espaço segue aberto para manifestações.