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Haddad destaca crescimento no IPCA e diz que inflação deu repique por conta do câmbio

Ministro da Fazenda também listou a atuação do Fed (banco central americano) e “alguma atividade especulativa” como fatores que influenciaram no resultado

CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (30) que o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de agosto, que subiu 0,19%, demonstra que a pressão inflacionária não é tão grande quanto se diz no Brasil. Ele participou de um evento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo. “Existe uma questão que a gente precisa ver com o mercado financeiro, com o Banco Central”, afirmou Haddad, referindo-se ao fato de as projeções do mercado terem indicado no começo deste ano um déficit maior para o governo, apesar das medidas aprovadas em 2023. O ministro da Fazenda também listou a atuação do Fed (banco central americano) e “alguma atividade especulativa” como fatores que influenciaram num repique da inflação, admitindo, por sua vez, sempre haver “algum fundamento” em movimentos especulativos e que cabe ao governo melhorar sua comunicação se necessário. Para Haddad, não adianta “xingar especulador”. O ministro lembrou que agora também está acontecendo a transição da presidência do Banco Central, mas pontuou que as incertezas irão se corrigindo.

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“Saiu o último desemprego, 6,8%. A inflação deu repique, deu repiquezinho, por causa do câmbio, do Fed, uma série de coisas, e por causa também de alguma atividade especulativa, que sempre tem algum fundamento. Não adianta xingar o especulador, tem que ver por que está jogando contra ou a favor. É papel do governo corrigir a comunicação”, disse Haddad, em um evento da Associação Brasileira de Franchising, em São Paulo, mencionando que ainda há um “caminho a ser trilhado” do ponto de vista orçamentário no Brasil. Para o ministro, o governo pode pagar o “preço da comunicação” se estiver fazendo um bom trabalho sem saber vendê-lo, situação, que, em sua avaliação, é “em parte o que está acontecendo agora” “Está havendo a transição do Banco Central, tem uma série de incertezas que vai corrigindo, e é natural que seja assim também”, continuou.

Haddad também classificou como “não muito fácil” o processo de haver duas transições em um só mandato: a primeira, entre os ministros da Fazenda, e a segunda, entre os presidentes do BC. Disse, por sua vez, que o desafio institucional colocado será enfrentado e feito da “melhor maneira possível”. Nesta semana, o governo indicou o diretor de Política Monetária do banco, Gabriel Galípolo, para assumir a presidência da instituição. “É a primeira vez que um ministro da Fazenda tem duas transições, teve uma na Fazenda e outra no BC. Não é muito fácil fazer duas transições num mandato, mas vamos enfrentar desafio institucional colocado pela lei e vamos fazer da melhor maneira possível”, disse. Haddad avaliou ainda que o cenário externo deve melhorar em breve, o que fará o ambiente interno “melhorar ainda mais”. “Assim que desanuviar um pouco ambiente externo, e acho que estamos perto dessa data, ambiente interno vai melhorar ainda mais. Temos que estar com as velas içadas para quando bater vento forte de fora, em vez de virar barco, pegar impulso para correr mais”, concluiu.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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