Roma (Itália) – O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse durante debate no II Fórum Esfera Internacional em Roma, na Itália, que enfrentar o crime organizado sem pensar na integração interna e cooperação internacional é “fracasso garantido”. “Ou vencemos juntos ou perdemos sozinhos”, avaliou Andrei.
Também participaram do painel Cooperação Institucional, neste sábado (12/10), Paulo Gonet, procurador-geral da República do Brasil; Giovanni Melillo, procurador Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália; e Ricardo Soriano, advogado e sócio do escritório Figueiredo Advogados .
O tema principal abordou a necessidade de um trabalho conjunto e permanente entre os países, incluindo a assinatura de um acordo do Brasil para entrar na Agência da União Europeia para Cooperação em Justiça Criminal (Eurojust), órgão que reúne os ministérios públicos da União Europeia.
O procurador Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, Giovanni Melillo, afirmou que, no combate ao crime organizado, é preciso abandonar a lógica individualista e trabalhar numa lógica de solidariedade, numa lógica conjunta, a fim de construir uma “casa comum do Direito”.
“Creio que a Itália e o Brasil têm uma grande responsabilidade a desempenhar no sentido de realizar, por meio de esforços comuns, essas ações. Temos a necessidade de trabalhar conjuntamente”, pontuou.
Melillo lembrou o processo de criação da Procuradoria Antimáfia, há 30 anos, na Itália, uma estratégia que se tornou eficaz no combate às organizações criminosas do país.
Sobre o trabalho conjunto feito com autoridades brasileiras na região da Tríplice Fronteira, Melillo disse que os esforços precisam ser levados adiante.
“É preciso fazer um esforço de abandonar a lógica da cooperação ocasional e, em eventos específicos, passar a ter uma cooperação permanente. Porque o crime organizado é permanente, exige prestação de serviços continuada, com acúmulo e troca de informações, análise, e, sobretudo, planejamento das ações”, frisou.