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Dólar sobe 1,3%, cotado a R$ 5,65, com questão fiscal no radar; Ibovespa fecha na estabilidade pressionado por commodities

A queda firme de commodities como petróleo e minério de ferro no exterior pesaram sobre o real nesta terça-feira, 15, o que fez o dólar subir mais de 1% no Brasil e ultrapassar novamente a barreira dos R$ 5,60, com o mercado local também voltando a demonstrar ceticismo quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.

O dólar à vista fechou em alta de 1,36%, cotado a R$ 5,6587. Em outubro a divisa acumula elevação de 3,85%.

Às 17h30, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,16%, a 5,6620 reais na venda.

Veja cotações.

O Ibovespa fechou em baixa nesta terça-feira, com pressão da queda nos preços de commodities, que afetou negativamente o desempenho das ações da Vale e Petrobras, embora o avanço nos papéis de Itaú e WEG tenham limitado declínio maior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,03%, a 131.043,27 pontos, tendo chegado a 130.199,82 pontos na mínima e a 131.456,51 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro somou R$ 20,22 bilhões.

O dólar no dia

Na segunda-feira, o dólar contrariou o exterior e cedeu ante o real, após a Reuters ter informado que o governo prepara medidas de contenção de gastos obrigatórios, a serem apresentadas após a realização do segundo turno das eleições municipais, no fim deste mês.

A moeda norte-americana chegou a oscilar perto da estabilidade no início da sessão desta terça, mas rapidamente acelerou os ganhos em função da queda das commodities no exterior.

No caso do petróleo, o alívio dos temores sobre a possibilidade de cortes na oferta do Irã fez os preços dos barris caírem mais de 4%. Já o minério de ferro foi impactado pela perspectiva de menor demanda por aço da China e por números econômicos fracos divulgados recentemente pelo gigante asiático.

Os dois produtos são importantes para a pauta exportadora do Brasil.

“As commodities em queda estão puxando bastante o dólar, porque países exportadores estão sendo penalizados, como o Brasil”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, ao justificar o avanço firme da moeda norte-americana ante o real.

Após ter registrado a cotação mínima de 5,5837 reais (+0,02%) às 9h07, pouco depois da abertura, o dólar à vista saltou para 5,6664 reais (+1,50%) às 13h50.

Além do exterior, conforme Avallone, o ceticismo do mercado quanto ao equilíbrio fiscal no Brasil voltou a dar sustentação às cotações — algo que foi visto também no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta terça-feira.

No exterior, o dólar seguia em alta ante a maior parte das demais divisas no fim da tarde, incluindo moedas pares do real como o peso mexicano e o peso chileno. Às 17h27, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 103,250.

Nesta sessão, o BC vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

O dia do Ibovespa

Para a analista de renda variável Bruna Sene, da Rico, a expectativa pela temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre no Brasil na próxima semana e o “bom humor” estendido da véspera com notícias sobre contenção de gastos pelo governo ajudaram o Ibovespa a ficar no azul.

Segundo o Itaú BBA, a temporada de resultados deve ser “levemente positiva”.

“Em comparação com o trimestre anterior, devemos ver uma aceleração no lucro líquido, mas um crescimento mais suave em receitas e Ebitda”, afirmaram analistas do Itaú BBA liderados por Daniel Gewehr.

O Ibovespa conseguiu se segurar no patamar dos 130 mil pontos, região considerada de suporte, mas há também quem veja o cenário como um “copo meio vazio”.

“Esses 130 mil pontos deveriam ser um suporte… mas quando a gente olha a máxima recente do Ibovespa, de 28 de agosto, só 15 ativos estão no positivo desde lá”, afirmou Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos, referindo-se à variação acumulada das ações do Ibovespa desde o pico recorde do índice.

“Apesar de termos tido aquela notícia ontem sobre o governo estudar planos para reduzir gastos… não tivemos definições ou mudanças estruturantes do lado do cenário político local”, acrescentou.

Nos Estados Unidos, os índices acionários encerraram em queda, com o SPX 0,76% mais baixo, enquanto a temporada de resultados se desenrola na maior economia do mundo. No mercado de juros, o retorno do Treasury de 10 anos marcava 4,0356% no final da tarde, de 4,0730% na véspera.

Destaques

– VALE ON recuou 1,23%, em linha com a queda nos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, com o contrato de janeiro encerrando as negociações em baixa de 0,38%, a 791,5 iuaes (111,26 dólares) a tonelada. A Vale reporta resultado de vendas e produção do terceiro trimestre nesta terça-feira após o fechamento do mercado.

– PETROBRAS PN perdeu 0,82% e PETROBRAS ON teve declínio de 1,14%, seguindo forte declínio nos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do Brent encerrou com queda de 4,14%, a 74,25 dólares. No setor, PRIO ON perdeu 0,3%, BRAVA ENERGIA ON recuou 0,46% e PETRORECÔNCAVO ON caiu 2,07%.

– WEG ON avançou 2,71%, a 56,53 reais, na máxima histórica e respondendo pela maior contribuição de alta para o Ibovespa. A fabricante de motores elétricos publica resultado de terceiro trimestre em 30 de outubro.

– ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com alta de 1,15%, entre os principais suportes positivos para o índice, enquanto BRADESCO PN subiu 0,87% e SANTANDER BRASIL UNIT teve acréscimo de 0,1%. Na outra ponta, BANCO DO BRASIL ON caiu 0,19%.

– LWSA ON subiu 4,22%, na segunda sessão consecutiva de alta, ainda embalada por mudanças na administração anunciadas na sexta-feira, incluindo a indicação de Rafael Chamas Alves, atual diretor financeiro do grupo, ao cargo de diretor presidente a partir de fevereiro de 2025.

– EMBRAER ON caiu 1,17%, após subir quase 2% na sessão anterior. A subsidiária de aeronaves elétricas Eve assinou nesta terça-feira financiamento de 500 milhões de reais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para desenvolver sua primeira unidade de produção de aeronaves elétricas de decolagem e pouso verticais (eVTOL), em Taubaté (SP).

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