O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para investigar o projeto do Canal do Varadouro, que pretende estabelecer uma rota turística marítima entre as cidades de Cananeia, em São Paulo, e Paranaguá, no Paraná. Denominada “BR do mar”, a proposta envolve o aprofundamento do canal em até 2,4 metros, com o objetivo de permitir a passagem de embarcações voltadas para o turismo. O inquérito, que teve início em julho, busca avaliar os possíveis impactos ambientais e as consequências para as comunidades tradicionais da região. Os governos de São Paulo e Paraná garantem que a execução do projeto não causará danos ao meio ambiente e que todas as medidas necessárias para a preservação serão adotadas.
No entanto, o ICMBio já se manifestou sobre a inviabilidade de realizar intervenções em áreas protegidas, embora o governo paranaense tenha recorrido dessa decisão. O Ibama, por sua vez, está atualmente analisando o processo de licenciamento. A proposta tem gerado críticas entre ambientalistas, que alertam para os riscos que a obra pode trazer a um ecossistema considerado único, que abriga manguezais e trechos da Mata Atlântica.
A Fundação SOS Mata Atlântica enfatiza a necessidade de um debate aberto e transparente sobre o licenciamento do projeto, ressaltando a fragilidade da área afetada. O pesquisador José Pedro de Oliveira Costa também expressou preocupações sobre a vulnerabilidade da região e os potenciais deslizamentos nas margens do canal.
O Ibama confirmou que o processo de licenciamento foi iniciado, mas existem restrições legais devido à intervenção proposta no Parque Nacional do Superagui. Em defesa do projeto, o governo paulista argumenta que o canal será destinado a pequenas embarcações, minimizando assim os impactos ambientais.
A origem do Canal do Varadouro remonta ao século 19, quando os moradores da região começaram a escavar o canal para facilitar a comunicação entre Cananeia e a Baía de Paranaguá. Embora a rota tenha sido utilizada para atividades de pesca e turismo ecológico, atualmente, seu uso é mais restrito às comunidades ribeirinhas, que dependem dela para suas atividades diárias.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Fernando Dias