Marcelle Moraes (União), vereadora defensora da causa animal, revelou que chegou a discutir um projeto de castração de animais abandonados em Salvador, mas que a ideia esbarrou em um parecer contrário do Ministério Público da Bahia (MP-BA). A declaração foi feita no programa Bahia Notícias no Ar, da Antena 1 Salvador 100.1 FM, transmitido nesta quarta-feira (30).
“Em relação aos animais de pequeno porte, não temos serviço de resgate através de ligação telefônica, o 156. Uma política para esse bichos que estou discutindo com o prefeito Bruno Reis é a captura, esterilização e devolução deles às ruas. Somente assim conseguiríamos castrar os animais abandonados, porque com o Castramóvel, a castração só pode ocorrer com o tutor, assim os animais abandonados não podem usufruir deste direito”, revelou.
A vereadora disse que para o projeto de castração não é necessário lei para implementação, mas revelou que a negociação precisaria do apoio do Ministério Público para ser viabilizada.
“O MP se posicionou contra em um primeiro momento, mas estamos discutindo essa questão também com o Conselho de Medicina Veterinária, que é favor deste projeto. Nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte já há esse programa. Acredito que vamos conseguir aprovar essa pauta sim, porque é a única forma de conseguirmos erradicar essa alta quantidade de animais errantes nas ruas da cidade, bem como diminuir a transmissão de doenças por esse bichos e o número de acidentes sofridos por eles. Enfim, diminuir o sofrimento dos animais de pequeno porte expostos às intempéries urbanas”, disse Moraes.
Para a parlamentar, com a proposta, o poder Executivo se responsabilizaria pelos animais abandonados, que hoje precisam de cuidados de moradores e comerciantes dos bairros em que vivem.
“O MP alega que esse projeto é a continuidade do abandono do animal, mas essa lógica não é verdadeira. Porque veja: o bicho já é comunitário, ele já vive naquela comunidade. Então, no momento que pegamos, castramos e devolvemos àquele ambiente, devolvemos com a saúde reforçada – com vacinas, castração e demais cuidados que ele não teria -, assim como resolveríamos o problema de uma reprodução absurda”, salientou a vereadora.
Marcelle defendeu a proposta de castração ante a inviabilidade do projeto de criação de um abrigo. “É muito melhor garantir o mínimo. A criação de um abrigo público não é uma opção. Qual seria o espaço suficiente para caber um milhão de bichos? Não tem como logisticamente. Ainda seria um local disseminador de doenças por confinar os animais em um espaço fechado, bem como não há recursos finaceiros para isso. O que devemos fazer é castrar, microchipar, monitorar e cuidar da saúde deles, para que seja reduzido o numero de animais abandonados”, concluiu a edil.