O debate sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil tem repercutido na última semana. Em entrevista à Jovem Pan, o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci expressou a posição contrária da associação em relação à proposta de emenda constitucional (PEC) que visa diminuir a carga horária semanal dos trabalhadores. Segundo ele, a implementação dessa medida não seria viável sem um aumento significativo na produtividade do país, algo que ainda não foi alcançado.
Solmucci destacou que a legislação atual já oferece flexibilidade nas jornadas de trabalho, permitindo que estas se adaptem às necessidades tanto dos trabalhadores quanto dos consumidores. Ele argumentou que a redução da jornada, conforme sugerida pela PEC, resultaria em um aumento de custos para os empregadores. Esses custos, inevitavelmente, teriam que ser repassados aos consumidores, o que poderia elevar os preços em até 40%, dependendo da extensão da redução proposta. Para Solmucci, tal cenário seria insustentável não apenas para o setor de bares e restaurantes, mas para a economia como um todo.
Além disso, Solmucci ressaltou que, embora mais tempo livre para os trabalhadores pudesse, em teoria, beneficiar setores como o de bares e restaurantes, o fator determinante para o consumo continua sendo a renda disponível. Ele alertou que medidas que aumentem os custos trabalhistas sem correspondentes ganhos de produtividade podem levar a um aumento da informalidade no setor. Este já enfrenta altos índices de trabalho informal, o que representa um desafio significativo para a formalização e a estabilidade do mercado de trabalho.
Publicado por Luisa Cardoso