Parlamentares da bancada baiana em Brasília que entraram em contato ontem com o ministro da Justiça deixaram a conversa certos de que Flávio Dino concentrará esforços para tentar prender seu antecessor, o delegado da PF Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Após solicitar à Advocacia-Geral da União (AGU) que pedisse a preventiva de Torres ao Supremo Tribunal Federal (STF), Dino garantiu a lideranças governistas da Bahia haver elementos suficientes para levá-lo à prisão por apoio, direto ou indireto, aos ataques contra o Planalto, o Congresso e a sede do STF.
Cantinho do castigo
Os deputados da base aliada ao presidente Lula ouvidos pela coluna estão convictos também de que, apesar da proatividade demonstrada a reboque da crise em Brasília, Flávio Dino já recebeu ou receberá uma bronca dura do petista, por não ter agido a tempo de conter os atos, mesmo ciente do risco. O mesmo pito, acham, será aplicado por Lula no ministro da Defesa, José Múcio, já que o Exército cuida da segurança do Planalto.
Teste de paternidade
Políticos do estado que integram o arco de alianças de Lula no Congresso admitem certo temor com a mensagem implícita transmitida pelo atentado ao Três Poderes. No caso, de que, assim como ocorreu na Bolívia em 2019, pode estar em curso no Brasil uma tentativa de golpe policial, e não das Forças Armadas. A insubordinação das polícias Civil e Militar do Distrito Federal foi vista como digital claro da mão que balança o berço.
Entre parceiros
Em meio à caçada por cargos federais nos estados, cardeais do PSB apontaram a mira sobre o cobiçado comando da Codeba, atualmente na cota dos militares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o Ministério dos Portos sob controle de um cacique do partido – o ex-governador paulista Márcio França -, o PSB acha natural assumir o leme da Companhia de docas da Bahia.
Aditivo no tanque
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) quer vitaminar a Fundação Cultural do Estado com as atribuições da extinta Bahiatursa. O intuito é tornar a Funceb mais valiosa nas negociações por espaço.
Plano de saída
Executivos bem posicionados no segmento de varejo dizem acreditar que o fechamento da Perini nos shoppings da Bahia, Paralela e Salvador é o passo inicial para que o grupo chileno Cencosud se desfaça da rede de delicatessens de alto padrão fundada pelo empresário Pepe Faro. O que os proprietários do negócio negam. Falam só em reposicionar a marca. Segundo apurou a Satélite, a operação da Perini, que jamais deu o resultado esperado pelo Cencosud, ficou cada vez mais inviável.
Lacuna aberta
Caso a Perini seja fechada ou posta à venda, criará uma lacuna para os ex-donos, atuando hoje sob a bandeira do Almacen Pepe. É que tanto a pioneira loja da Barra, já desativada, quanto as da Vasco e do Bahiano de Tênis são da família Faro, que fatura o aluguel dos imóveis.
Não generalizar é preciso. Uma minoria, que não entende que o maior valor do conservadorismo é o respeito ao patrimônio, não pode ser colocada como exemplo de quem defende a pátria Capitão Alden, deputado federal eleito pelo PL e linha de frente do bolsonarismo na Bahia, sobre o repúdio aos ataques em Brasília