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A facada, a bala e os delírios estúpidos da direita e da esquerda

Pergunte a um bolsonarista fanático o que aconteceu com seu messias na tarde de 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora. Ou melhor: não pergunte. A resposta padrão é conhecida.

Um tal de Adélio Bispo, filiado ao PSOL, esfaqueou Bolsonaro com a intenção de matá-lo para que Lula, embora preso, pudesse  eleger Fernando Haddad (PT) presidente.

Cinco dias antes do atentado contra Bolsonaro, por 6 votos a 1, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral indeferira o registro da candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa.

Não importa que a Polícia Federal do governo Bolsonaro tenha concluído duas vezes que Adélio agiu sozinho. E que Bolsonaro não tenha recorrido da decisão da Polícia Federal.

Para o bolsonarista fanático – e eles são muitos -, e para Bolsonaro e seus apoiadores – e eles são milhões -, Adélio, um perigoso esquerdista, agiu a mando da esquerda, e ponto final.

Parte da esquerda prefere acreditar que a facada de Juiz de Fora foi uma trama encenada por Bolsonaro e sua gangue com o objetivo de elegê-lo. Delírio de um lado, delírio do outro.

Nada incomum. Em 26 de junho de 1930, por exemplo, João Pessoa, o vice de Getúlio Vargas que perdera a eleição daquele ano, foi assassinado na Confeitaria Glória, no Recife.

O suposto atentado político serviu para deflagrar a Revolução de 30 que levaria Getúlio ao Poder. Como ditador, ele governou o país até ser derrubado pelos militares em 1945.

De fato, João Pessoa, então presidente da Paraíba, foi morto a tiros por João Dantas, seu desafeto político, uma vez que revelara que Dantas tinha uma amante. Crime passional.

Entre julho e outubro, o corpo de João Pessoa peregrinou pelas principais capitais do país e só depois foi enterrado no Rio. Getúlio foi empossado às 15 horas do dia 1 de novembro.

O que se sabe sobre a bala que atingiu de raspão a orelha direita do ex-presidente Donald Trump, em um comício na Pensilvânia, é que ela configura uma tentativa de assassinato.

Assim declarou o FBI, serviço doméstico de inteligência e segurança dos Estados Unidos e sua principal agência federal de aplicação da lei. Quanto ao autor do tiro ou dos tiros…

Thomas Matthew Crooks, de 20 anos de idade, o suposto atirador, foi morto por agentes de segurança de Trump. Investiga-se o motivo de sua ação criminosa.

Sabe-se também, por um filho de Trump, que seu pai, logo após o atentado, dizia estar de bom humor. Compreensível. Ele não morreu e aumentaram suas chances de se reeleger.

Um homem não identificado, que testemunhou o atentado, celebrou ao notar que Trump sobrevivera:

“Ele virou mártir. Está reeleito”.

É cedo para apostar na reeleição de Trump, mas não para que se diga que ele deverá se distanciar ainda mais de Joe Biden nas próximas pesquisas de intenção de voto. Homem de sorte.

Teve mais sorte do que Bolsonaro, que amarga as sequelas da facada e responde a processos que poderão culminar com sua prisão por roubo de joias e atos hostis contra a democracia.

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