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A insatisfação de Jerônimo com secretários, a gincana e o Bahia Sem Fome, e o VAR nas falas do governador

Foto: Divulgação

Acabou o amor
Com quase seis meses de governo e com os índices do estado piorando, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem se queixado de integrantes do primeiro e do segundo escalões de sua gestão. A pessoas próximas, o governador já manifestou seu desejo de mudar algumas peças por discordar do desenvolvimento das ações nas respectivas pastas e órgãos. Com alguns, o clima anda tão pesado que Jerônimo não tem tido contato para evitar atritos mais severos, segundo confidenciam fontes da coluna. O ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que segue com forte influência na administração, atua como bombeiro para acalmar os ânimos e evitar mudanças. Contudo, nem mesmo a interferência do padrinho político e mentor acalmou Jerônimo, que segue insatisfeito com o desempenho de alguns auxiliares. 

Fome de politicagem
Cresceram as suspeitas de que o “programa” Bahia Sem Fome está sendo usado para atender a interesses políticos e pessoais de integrantes do governo do estado após um caso ocorrido com um secretário da gestão nesta semana. O tal gestor – que comanda uma secretaria muito pomposa do governo – fez uma doação de cestas básicas arrecadadas pelo “programa” para trabalhadores terceirizados da pasta. Como se não bastasse o absurdo, o secretário ainda publicou nas redes sociais da pasta a entrega dos alimentos aos seus próprios funcionários. Alertado por aliados, determinou que o conteúdo fosse apagado. Mas já era tarde, e o burburinho já começou a se espalhar no meio político.

Piada pronta
Deputados de oposição ainda aguardam retorno do pedido de informações sobre os detalhes operacionais do Bahia sem Fome, mas enquanto isso o governo corrobora com a máxima de que o programa funciona nos moldes de uma gincana escolar e firmou uma parceria com uma empresa que atua justamente nesse segmento. No meio político, a notícia foi recebida como uma espécie de piada pronta porque a gestão de Jerônimo propõe lidar com uma questão tão séria contando apenas com o voluntariado, sem ter esboçado um plano mais robusto de atuação. Pesa sobre tudo isso o fato de que o problema da fome é fruto dos próprios governos petistas que estão no 17º ano seguido administrando o Estado.

Lupa
Integrantes de órgãos de controle já colocaram a lupa sobre o “programa” devido à falta de transparência. Primeiro, argumentam que a ação não pode ser chamada de programa, uma vez que não há uma secretaria responsável. Além disso, não se sabe quais os critérios de distribuição e condições de armazenamento dos alimentos arrecadados. 

Fogo amigo
Isolado e perdendo aliados de peso, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) mantém vivo seu sonho de disputar a Prefeitura de Salvador no próximo ano e já mira nomes do governo considerados favoritos para a corrida eleitoral. Fontes com trânsito no Palácio de Ondina dizem que o vice prepara uma verdadeira artilharia para enfraquecer a articulação de outros possíveis postulantes do grupo na capital baiana, na tentativa de se viabilizar como candidato único. O movimento já foi iniciado e os “venenos” já começaram a ser disseminados. 

Rolando Lero
Não durou nem dez dias para que Geraldo Junior mudasse de opinião sobre o ingresso de Carlos Muniz ao PSDB. Se na semana passada a ida do presidente da Câmara Municipal de Salvador “não foi a melhor decisão”, agora rasgou elogios ao deputado federal Adolfo Viana, presidente dos tucanos na Bahia. Disse que é um dos “maiores líderes de política estadual e nacional”. Se o personagem Rolando Lero, da Escolinha do professor Raimundo, estivesse precisando de uma nova versão, o vice-governador poderia facilmente fazer esse “extra”. 

Dilmo Rodrigues 
As falas de Jerônimo Rodrigues cada vez mais lembra a ex-presidenta Dilma. Durante uma entrevista esta semana, o petista se atrapalhou mais uma vez ao falar de Segurança. Ele falou isso sobre os criminosos: “Quem tem que responder é a polícia, não tem que ficar passando a mão na cabeça de pessoas que não estão zelando por uma questão humanitária”. 

Chame o VAR
Na mesma entrevista, Jerônimo negou ter feito a declaração de usar “o carinho e o amor” como ferramentas para lidar com a insegurança pública que assola a Bahia. Mas não demorou muito e começou a circular nas redes sociais um vídeo revisando o lapso de memória do governador, mostrando o momento em que durante a campanha eleitoral ele defendeu tal estratégia para a segurança dos baianos. Só faltou combinar com as facções criminosas. As cenas de barbárie, sobretudo nos bairros mais pobres, não têm nada de amor e carinho.

Protocolo comitê
O governador Jerônimo Rodrigues resolveu inovar na forma como tratar demandas pendentes do governo e adotou o protocolo de criação de comitês toda vez que não tem uma solução à vista. O mais recente foi criado esta semana para “coordenar os estudos de elaboração e implementação do projeto de modernização e requalificação do Teatro Castro Alves (TCA)”. O detalhe é que a requalificação deveria ter sido concluída em 2019, mas depois de quatro anos a obra voltou ao abstrato sem previsão real de execução. Vale lembrar que no início deste ano um incêndio atingiu o telhado do TCA, mas o reparo ainda não foi finalizado. Em fevereiro deste ano, o governo também anunciou a criação de um comitê para discutir os rumos da lendária Ponte Salvador-Itaparica. Ao que parece, a regra é apelar ao comitê toda vez que a obra não sai do papel.

Pela culatra
Irmã de Jerônimo Rodrigues, a vereadora de Salvador Marta Rodrigues (PT) deu um verdadeiro tiro pela culatra ao atacar o orçamento da Prefeitura da capital baiana para a Defesa Civil. Se tivesse pesquisado antes, a petista veria que os recursos para a área em Salvador são dez vezes maiores do que no governo do estado – R$ 25,6 milhões contra R$ 2,57 milhões. Ela ainda comparou os números com os investimentos em comunicação na capital. No estado, os recursos disponíveis para propaganda são 60 vezes maiores do que para a Defesa Civil. A verdade é que Marta mirou na Prefeitura e acertou na gestão do irmão. 

Consequências
Graças aos robustos investimentos, Salvador viu os incidentes graves causados pelas chuvas reduzirem drasticamente nos últimos anos. Já no estado, ocorre o inverso. Nos últimos dois anos, a Bahia, principalmente as regiões Sul e Extremo Sul, viu casos graves de alagamentos, desabamento de casas e destruição da infraestrutura causados pelas chuvas. Até agora, nenhuma medida efetiva foi tomada para evitar desastres. 

Coincidência infeliz
Coube ao destino fazer com que o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, estivesse na Bahia justamente no dia em que o IBGE divulgou que o estado lidera, pela quinta vez consecutiva, o ranking de desemprego no país. No evento ao lado do ministro, Jerônimo Rodrigues se limitou a dizer que o problema do desemprego não se resolverá em “dois, três meses de governo”. No caso da Bahia, já são mais de 16 anos, viu, Jerônimo?!. 

Virou desova
Por falar em violência, a imagem que marcou a semana foi a de corpos com marcas de tiros encontrados no Parque Tecnológico da Bahia, na Avenida 29 de Março, em Salvador. O uso do local como ponto de desova causou perplexidade pela ousadia dos bandidos em atuar numa área que é gerida pelo governo estadual como. “Era para ser um lugar produtivo, moderno e inovador, mas pelo jeito foi negligenciado, a ponto de os criminosos usarem aquele local como ponto de desova”, comentou o líder da oposição Alan Sanches. Em tempo: na recente viagem à China, Jerônimo disse ter convidado empresas para ocuparem as dependências do Parque Tecnológico. Pense num absurdo…

Bahia Norte na mira
A concessionária Bahia Norte, que administra a BA-526 entrou no radar do Ministério Público da Bahia (MP-BA) em razão dos transtornos que uma intervenção feita por ela vem causando há anos nos imóveis do entorno toda vez que chove. A lista de prejuízos é interminável e inclui perda total de veículos ainda no estacionamento dos condomínios em redor. Moradores daquela região dizem que a prefeitura identificou o ponto de obstrução que causa as inundações e os alagamentos, mas a rodovia está sob responsabilidade da empresa e somente ela pode deliberar sobre a situação. O resumo da ópera é que a Bahia Norte não faz e nem deixa a prefeitura fazer. A apuração dos promotores vai mirar as responsabilidades contratuais da concessionária e até as atribuições do governo baiano na fiscalização.

Obstrução ao pacote de maldades
Embora tenha ampla maioria entre os deputados estaduais, o governo encontrou dificuldade para passar seu lote de projetos pela Assembleia, na última terça. Os oposicionistas marcaram posição e conduziram mais de sete horas de obstrução ao que classificaram como “pacote de maldades” do governador Jerônimo, sobretudo no reajuste linear de apenas 4%. Eles chegaram a apresentar uma emenda ao projeto para elevar o ganho a 9%, já que o percentual do Executivo sequer recompõe a inflação, mas a sugestão foi rejeitada pelos governistas. A principal crítica foi para a incoerência do governador que vive a copiar os gestos do governo federal, mas na pauta do reajuste não repetiu os 9% concedidos aos servidores federais. A obstrução passou o recado de que a oposição está mais viva do que nunca. 

Mais arrocho
O reajuste mínimo de apenas 4% sequer caiu na conta dos servidores e já está comprometido com uma nova fatura que o governador Jerônimo vai aplicar sobre o funcionalismo público estadual. A mesma mão que deu é a mesma que vai tomar de volta, porque o petista também vai elevar em 4% a contribuição dos trabalhadores no Planserv. Em alguns casos, o reajuste pode chegar a 8%. E fica pior ainda para quem ficou de fora dessa correção salarial, mas mesmo assim vai ter que desembolsar mais pelo plano de saúde. A manobra deve se consolidar na próxima terça, quando Jerônimo colocará sua base para fazer um rolo compressor sobre os trabalhadores na análise do Projeto de Lei que trata do arrocho. Apesar de estar em menor número, a oposição já marcou posição contrária ao texto e deve promover uma nova rodada de obstrução na Casa.

Tigrão e tchutchuca
Causa estranheza a postura benevolente de alguns sindicatos de servidores públicos com o governo do estado e, ao mesmo tempo, o comportamento mais agressivo com a Prefeitura de Salvador em relação ao reajuste salarial. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) concedeu um reajuste de apenas 4% do funcionalismo estadual – já aprovado pela Assembleia Legislativa – e, por enquanto, os movimentos têm sido tímidos, sem nenhum sinal de greve. Já em Salvador, com a gestão mantendo as negociações abertas, os sindicalistas fazem manifestações quase diárias e ameaçam paralisações. Como bem disse um deputado nesta semana, parafraseando um deputado petista, os sindicatos são tchutchuca com o governo e tigrão com a prefeitura.

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