O anúncio de que uma animação da Disney vai ganhar uma versão em live action – filme com atores em ‘carne e osso’ – sempre gera expectativas. Foi assim com Aladdin, A Bela e a Fera, Dumbo… Tem ainda O Rei Leão, que, embora não seja com atores, é uma animação ultrarrealista e foi um enorme sucesso de bilheteria, arrecadando US$ 1,6 bilhão.
Mas o fato é que, embora gere muito ‘buzz’ nas redes sociais e fora delas, a perguntas que ficam quando terminamos de ver um desses filmes é: “Qual a necessidade de insistir nessas versões? O que há de novidade, além da questão técnica?”. Pois é: o fato é que, no fim das contas, elas são feitas apenas para abastecer ainda mais os cofres da já megabilionária empresa americana.
Porque, quase sempre, o que vemos são filmes perfeitos e deslumbrantes do ponto de vista técnico, mas, na maioria das vezes, frios e insossos. E com A Pequena Sereia, que está chegando nesta quinta-feira (25) aos cinemas, não é diferente. Halle Bailey dá conta do recado como Ariel? Dá, sem dúvida. As canções são bonitas, como nos desenhos animados? Sim!
A história é a mesma da animação de 1989, que, por sua vez, era uma adaptação de um conto de fadas de Hans Christian Andersen, lançado em 1837. A caçula das filhas do Rei Tritão (Javier Bardem), Ariel (Halle Bailey) é uma jovem sereia que sonha em conhecer o universo humano, longe das águas. Numa visita à superfície, ela se apaixona pelo Príncipe Eric (Jonah Hauer-King), ao salvá-lo de um naufrágio.
Sebastião |
Mas para procurá-lo em terra firme e se aproximar do príncipe humano, a sereia pede ajuda à bruxa do mar, Úrsula (Melissa McCarthy), e aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Agora, ela terá o desafio de se comunicar com o rapaz ao experimentar a vida em terra firme, além de entrar em conflito com os valores de sua família.
Nem o caranguejo Sebastião, que poderia dar mais graça ao filme, cumpre o que promete e está longe da simpatia da sua versão em desenho animado. Até porque o charme daqueles animais marinhos era justamente o fato de eles serem animações. Quando eles ganham um tom de realidade, toda a fantasia se esvai.
E esse não é só um problema de A Pequena Sereia, mas de todos as animações transformadas em live action, que sempre resultam em uma obra muito mais fria que os desenhos originais. Sem falar na duração deste A Pequena Sereia, que chega a intermináveis e duas horas e quinze minutos. Em resumo: é provável que o novo longa seja um sucesso e encha os bolsos da Disney. Mas a pergunta que fica é: para quê mais essa versão, afinal?