A Prefeitura de Salvador, por meio das secretarias de Desenvolvimento Urbano (Sedur) e da Fazenda (Sefaz), informou que a empresa Massa Fort Concretos Especiais não tem autorização para exercer suas atividades na capital baiana desde 20 de janeiro de 2023, em razão da suspensão do alvará de funcionamento. Na última terça-feira (28), a nova sede da fábrica de concreto foi o cenário do acidente com silo de cimento que desabou sobre um caminhão betoneira e matou soterrado o motorista Edvan Rangel Ribeiro, de 33 anos, no bairro do Retiro.
Por ser enquadrada na classificação de atividade de alto risco, a empresa deve realizar a renovação do alvará anualmente, o que não aconteceu neste ano. A Sedur não respondeu, até o fechamento desta matéria, se a decisão de não renovação, por parte da empresa, ocorreu em razão da transferência da sede da Massa Fort para o Retiro, que teve a nova fábrica inaugurada no dia do acidente.
A Massa Fort é sediada na rua Martiniano Bonfim, no bairro do Cabula, e foi interditada por agentes da Sedur na última quarta-feira (1) por conta do descumprimento das leis que dispõem sobre o funcionamento no município. A Prefeitura ainda ressalta que a fiscalização das empresas é iniciada logo após suspensão dos alvarás.
Segundo o Corpo de Bombeiros, não há registro da empresa Massa Fort no sistema da corporação. No entanto, isso não é o suficiente para afirmar que a empresa não possui o Auto da Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) sobre incêndio e pânico, uma vez que não há conhecimento do CNPJ da Massa Fort para fins de comprovação de regularidade.
Mesmo com a interdição da Prefeitura, funcionários relataram anonimamente que têm sido coagidos a retornaram ao trabalho na antiga sede. “A Massa Fort está obrigando a gente a trabalhar hoje (quinta) lá na usina velha. [A empresa] está obrigando e ameaçando a gente a ir. Estamos todos transtornados, perdemos um colega de trabalho. Estamos com o psicológico abalado e eles querem que a gente trabalhe”, desabafou um funcionário.
O CORREIO tentou ouvir a Massa Fort sobre a situação, mas não houve retorno às tentativas de contato feitas até o fechamento desta matéria.