InícioEditorialAdelmário Coelho: um artista setentão movido a forró

Adelmário Coelho: um artista setentão movido a forró

O cantor Adelmário Coelho um dos mais conceituados forrozeiros da Bahia e, reconhecido como o “Forrozeiro do Brasil”, comemora em 19 de agosto 70 anos. Quem o conhece sabe que para o artista isso é apenas um número. Ele continua na ativa, cuidando da saúde e, apesar de ser um árduo defensor do chamado forró pé de serra, está aberto às novidades. Por isso, faz sucesso tanto com o público mais velho quanto com o mais novo.

Nascido na cidade de Curaçá, Adelmário, que foi funcionário do polo petroquímico, resolveu encarar o oficio de cantor profissionalmente e é considerado um profissional exemplar. Com mais de 20 CDs e 2 DVDs lançados ao longo desses 29 anos de carreira, ele lançou em maio de 2012 o livro Adelmario Coelho e a Cultura Nordestina, que relata sua experiência de vida e propõe fortalecer a imagem do povo nordestino, além de dar maior visibilidade à cultura da região. Ainda lançou o CD em homenagem ao Rei do Baião, Abrindo o Baú de Luiz Gonzaga, no qual gravou as 20 canções menos conhecidas do grande público na voz do inesquecível Lua.

Em conversa com o Baú do Marrom, Adelmário agradece a Deus e a Santa Dulce por ter chegado aos 70 anos em plena forma: “Estou feliz com o que conseguiu conquistar até hoje”. Diz que dá continuidade à obra de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Genival Lacerda e revela que não planeja comemorar as sete décadas. Mas, em 2024 quando completa 30 anos de carreira, ele pretende fazer um projeto especial para marcar a data. Segue a entrevista:

BAÚ DO MARROM: Em 2023 você completa 70 anos. Como é chegar a essa idade em plena atividade?

ADELMÁRIO COELHO – Agradecido a Deus eSanta Dulce, por me trazerem até aqui, com saúde, felicidade e alegria junto a minha família, amigos, amigas e a minha nação forrozeira!!

BM – Qual o balanço que você faz de sua carreira ao longo desses anos?

AC – Altamente positivo! Não planejei a carreira artista, meu sonho era ser militar do exército brasileiro. Mas, o caminho percorrido até aqui me traduz um sentimento de felicidade e uma missão que até então vem me dando muito prazer! Poder levar alegria para as pessoas é muito relevante e prazeroso!

BM – O que mudou no forró do tempo em que você começou a cantar profissionalmente até os dias de hoje?

AC – Quando entrei no forró, o sentimento era de que teríamos a missão e o compromisso com a cultura popular nordestina! Dar continuidade a obras dos mestres Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Dominguinhos, Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro e tantos outros… Essa geração levava nas poesias essa realidade! Hoje, o cenário é bem diferente! Faço minhas, as palavras do nosso mestre Gilberto Gil em entrevista recente: “A música está muito mudada e pra pior”. Essa é uma realidade, concordo! Hoje, existe dentro do mercado, a preocupação pelo sucesso a qualquer preço! Sem modéstia, quando mergulho no meu baú, percebo quantas músicas maravilhosas tive a oportunidade de gravar.

BM- Antigamente, o forró era uma música sazonal que só tocava no período dos festejos juninos. Hoje, se curte forró o ano todo. A que você atribui essa mudança?

AC – Gostaria que a mudança fosse mais ampla, completa, acabando com essa marca da sazonalidade! Mas, é verdade que melhorou muito. Hoje, a cultura forrozeira já trafega o ano todo, mesmo tendo o ápice no mês de junho, normal! Acho que a compreensão do grande valor que tem nossa cultura, principalmente pela juventude, pode ter contribuído significativamente com isso também.

BM – Quais foram os artistas que fizeram a cabeça do forrozeiro Adelmário Coelho?

AC – Na verdade, já nasci impregnado com essa admiração pelo gênero forrozeiro! Lá do meu Barro Vermelho, distrito de Curaçá, onde nasci, já consumia a beleza e a riqueza da nossa cultura! Quando entro no time dos defensores do forró, me identifico com a genialidade do nosso Trio Nordestino (Lindú/Cobrinha/Coroné). Claro que Luiz Gonzaga, Genival, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, e tantos outros também nos inspiraram.

BM – Você pretende fazer um show especial para comemorar seus 70 anos?

AC – Acho até que merece um registro, mas no próximo ano completo 30 anos de carreira e como não tenho hábito de comemorar aniversário, vou preferir fazer pelos 30 de estrada! Afinal, é um momento especial na vida também! No momento apenas pensando! Rssss

BM – O que você acha da participação de artistas do axé, sertanejo e piseiro nas festas juninas?

AC – Nada contra os artistas de outros estilos musicais, que estão também, na batalha pela sobrevivência! Você precisa buscar alternativos, é justo! O que temos que pensar em sendo uma festa pontual, da cultura forrozeira, os gestores contratem os seguimentos de outros estilos musicais e deixem menos espaço para os verdadeiros defensores, forrozeiros e forrozeiras!! !! Isso não está correto e não é justo!  Havendo uma calibração nessa participação a música convive em harmonia.

BM – Quais seus próximos projetos?

AC – Estou lançando duas músicas novas agora, Um Metro e Sessenta e Um Mês Só, ambas de autoria de Samir Trindade e Luciano Chaves, e vamos finalizar um EP. Próximo ano, comemorar com fé em Deus, meus 30 anos de estrada!

Ouça a nova música do artista

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