O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que, após um possível golpe de Estado durante os ataques antidemocráticos do 8 de Janeiro, existiam três planos em relação a ele. Um deles consistia em prendê-lo e enforcá-lo.
“O terceiro [plano] defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes, em entrevista ao jornal O Globo.
Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal durante sessão especial em homenagem aos 35 anos da Constituição Federal de 1988 2
O ministro Alexandre de Moraes Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Alexandre de Moraes fala no Congresso Nacional Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro STF Alexandre de Moraes ao lado do presidente da camara Arthur LIra em sessão no Congresso Nacional – Metrópoles 1
Moraes conversa com Lira Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro STF Alexandre de Moraes durante sessão no STF – Metrópoles
Aliados de Bolsonaro discutiram argumentos para prender Alexandre de Moraes Vinícius Schmidt/Metrópoles
Alexandre de Moraes, STF, cumprimenta militares e Delegado Andrei Rodrigues está no comando da Polícia Federal durante evento dia do soldado
Alexandre de Moraes, STF, cumprimenta militares e Delegado Andrei Rodrigues está no comando da Polícia Federal durante evento do Dia do Soldado Hugo Barreto/Metrópoles
Ministro Alexandre de Moraes cumprimenta Cristiano Zanin após cerimônia de posse no STF – Metrópoles
Ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Invasão do Supremo Metrópoles
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Durante os atos de 8 de janeiro, as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas Metrópoles
Os outros dois planos consistiam em o magistrado ser preso pelas Forças Especiais do Exército e levado para Goiânia (GO), e um homicídio. O ministro ainda chegou a falar de se livrarem do corpo.
“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais [do Exército] me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, explicou Moraes ao O Globo.
Moraes disse que há um inquérito para investigar o planejamento dessas atividades, com possibilidade de envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”, afirmou.
O ministro afirmou também que sua segurança é a mesma desde que assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2014, que apenas aumentou a proteção em relação à própria família, e voltou a reafirmar a necessidade de regulamentação das redes sociais.
Moraes relembra do dia 8/1 Na entrevista, Moraes lembra que estava em Paris naquele fatídico dia. O filho mostrou para ele imagens da invasão e o ministro, imediatamente, ligou para Flávio Dino, ministro da Justiça, perguntando como aquilo tinha acontecido, se estava proibida a entrada de manifestantes na Esplanada.
E lembrou que o problema começou ao deixarem os radicais se reunirem em frente a quartéis-generais.
“Foi um erro muito grande das autoridades deixar, durante o ano passado, aquelas pessoas permanecerem na frente dos quartéis. Isso é crime e agora não há mais dúvida disso. O Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1.200 denúncias contra quem estava acampado pedindo golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos”, apontou.
O ministro acredita que, como a posse de Lula foi tranquila, as autoridades ficaram “otimistas”. “O grande erro doloso foi permitir a entrada (dos golpistas) na Esplanada dos Ministérios. O 8 de Janeiro foi o ápice do movimento: a tentativa final de se reverter o resultado legítimo das urnas”, opinou.
Moraes diz que foi um acerto do governo federal não decretar o plano de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Ele argumenta que, durante as investigações e interrogatórios sobre o assunto, financiadores e participantes tinham o plano de invadir o Congresso e ficar lá até que uma GLO fosse estabelecida e o Exército fosse tirá-los. Então, tentariam convencer os militares pelo golpe.
“O que mostra o acerto em não se decretar a GLO, porque isso poderia gerar uma confusão maior, e sim a intervenção federal. Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou [com a ideia]”, analisa.