No bojo dos ajustes finais do texto do arcabouço fiscal proposto pelo governo federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas, nesta terça-feira, 16, que a aprovação da matéria significa que o país saiu de uma “camisa de força”. O texto apresentado na noite desta segunda-feira, 15, foi resultado de um dia intenso de negociações finais entre Lula, ministros, líderes do governo e a cúpula da Câmara dos Deputados, que se reuniu na residência oficial do presidente da Casa, Arthur Lira(PP-AL). “Em um acordo todo mundo sai tendo que ceder em alguma coisa. É óbvio que o governo sabe que há muitas forças no Congresso Natural e que é natural que o relator tem que ouvir todo mundo para angariar apoio. E é um quórum qualificado”, explica. Isso significa que, para ser aprovado, a nova regra fiscal precisa do voto, no mínimo, de 257 deputados e 41 senadores.
Apesar das alterações feitas pelo relator, Cláudio Cajado (PP-BA), Haddad avalia que a nova legislação se adequa aos interesses da nação. “Penso que a gente sai de uma camisa de força muito grande e coloca o país em outro patamar, mais inteligente, mais flexível”, disse. Quanto ao Bolsa Família, Haddad voltou a defender o compromisso do governo em garantir a proteção ao Bolsa Família. “Se o governo mandar uma proposta de reajuste do Bolsa Família, é muito difícil o Congresso Nacional recusar, mas isso não vai ser necessário. Vamos conduzir a gestão fiscal da maneira mais responsável”, disse, ressaltando ainda que está confiante na aprovação da matéria, que deve ser analisada no plenário no dia 24 de maio. “Acredito que [será aprovado] sim, porque a conversa foi extensa. Ouvi muita boa vontade, inclusive dos partidos de oposição, que consideram esse projeto como projeto de Estado e não de governo”, finalizou.