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O presidente Lula 23 de abril de 2024 | 12:29
O presidente Lula (PT) chamou nesta terça-feira (23) a manifestação de Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro, de “ato de fascista” e disse não se preocupar.
No ato anterior do adversário político, realizado em São Paulo, Lula não minimizou. O ex-presidente, em fevereiro, reconheceu que foi grande, e disse ter sido um “ato em defesa do golpe”.
“Não vi o ato porque estava fotografando o Minha Casa Minha Vida do [pássaro] João de Barro. Descobri quatro casas de João de Barro e resolvi fazer um filme para publicar na internet, por isso não vi [manifestação]. Não me preocupa atos de fascista, não. Me importa o seguinte: vou fazer esse país dar certo”, afirmou Lula, em relação à manifestação de Bolsonaro no domingo (21).
Lula participou na manhã desta terça-feira de um café da manhã com jornalistas que cobrem a Presidência da República, no Palácio do Planalto. O evento foi transmitido ao vivo nos canais oficiais do governo federal.
Como a Folha mostrou, aliados e ministros do governo minimizaram o impacto do ato de Bolsonaro em Copacabana. Alvos dessa manifestação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), optaram pelo silêncio.
Integrantes do primeiro escalão do governo disseram que não se preocuparam em assistir aos discursos ou não quiseram se manifestar abertamente.
A ideia de integrantes do governo é não dar relevância ao ato, considerado de médio porte, sem grandes novidades políticas e com adesão de uma parcela da população já cristalizada no bolsonarismo.
Em fevereiro, Lula disse que o foi “grande” e que “não é possível você negar um fato”. A declaração foi dada ao jornalista Kennedy Alencar, no programa É Notícia, da RedeTV!.
Lula afirmou que as imagens da manifestação comprovam o tamanho do ato. “Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo que não quiser acreditar, é só ver a imagem. Como as pessoas chegaram lá ‘é outros 500′”, disse, na ocasião.
O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, estimou o público presente no pico da manifestação do Rio, às 12h, em 32.750 pessoas, menos de um quinto presente no auge do ato pró-Bolsonaro na avenida Paulista (185 mil), e pouco mais da metade do registrado no ato de Copacabana em 7 de setembro de 2022 (64,6 mil).
O café da manhã desta terça começou com uma cobrança à imprensa. O ministro Paulo Pimenta (Secom) reclamou que a imprensa deu destaque para a fala de Lula pedindo que Fernando Haddad deixasse de ler um livro para articular politicamente com o Congresso.
Disse que era uma brincadeira de Lula e que a imprensa preferiu dar destaque para isso em vez do lançamento do programa Acredita.
Lula, por sua vez, adotou um tom mais ameno nas críticas. “A lição que aprendemos [em um encontro com jornalistas no passado] é que se a gente não quiser manchete negativa, a gente não tem que dar pretexto para que as pessoas façam as manchetes. É preciso que a gente pense nas coisas que a gente fala.”
Catia Seabra, Marianna Holanda e Renato Machado/Folhapress