Após o Bahia Notícias publicar um levantamento que aponta que dos 417 prefeitos eleitos na Bahia, 120 não citam a palavra “mulher” em seus planos de governo, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) disse que os números refletem um “atraso civilizatório”.
“Essa é uma agenda que é urgente, que precisa estar em todos os 417 municípios. Agenda de promoção das mulheres, de enfrentamento à violência contra a mulher, agenda de promoção da igualdade, da paridade, tudo isso é parte de um ideário civilizatório. Nós não podemos olhar o século XXI e 120 municípios baianos sequer citar as mulheres no seu programa, é um sintoma do atraso, do quanto a nossa democracia é imperfeita e do quanto nós estamos atrasados no nosso estado”, disse.
“É preciso romper isso e enfrentar esse debate, mostrar quem são esses municípios para a gente tensionar e empurrar esses municípios para frente para que essas agendas possam ser incorporadas ao trabalho das prefeituras. Quer dizer, em janeiro, novos prefeitos e prefeitas vão tomar posse. Qual o compromisso desses novos gestores com a incorporação das mulheres na sua gestão? Não só do ponto de vista da presença de mulheres exercendo os cargos, mas também a agenda de políticas públicas que cada município vai adotar”, acrescentou.
Segundo dados levantados pela reportagem, Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que 53% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres. Convertido em números, isso significa dos mais de 156 milhões de votantes, 82.373.164 são mulheres. Em 2024, 121 prefeitos eleitos na Bahia não citaram sequer a palavra “mulher” em seus planos de governo.
Em outras 296 cidades, a palavra aparece em diferentes propostas. Destes, 131 tem propostas voltadas para a saúde da mulher, criação de centros de referência em obstetrícia. Entre estes 131 municípios citados estão: Cotegipe, Sítio do Mato, Tremedal, Santo Amaro, Novo Triunfo e Una.