“Assinar papel qualquer um assina”, disse Bolsonaro sobre a “Carta pela Democracia”, iniciativa da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo que já foi subscrita por 700 mil pessoas, entre professores, juristas, empresários e banqueiros.
Ninguém assina qualquer papel. Tanto que ele, que se diz democrata, perfeitamente enquadrado nas quatro linhas da Constituição, não assinou a carta que será lida no próximo dia 11 com toda pompa e circunstância. E por que não assinou?
Porque entende que a carta é contra ele, embora ela não o mencione sequer indiretamente, nem ao seu governo. Dito de outra forma: Bolsonaro vestiu a carapuça porque sabe que não é e nunca foi democrata. Democrata não defende ditadura e tortura.
Com desprezo pela inteligência alheia, de preferência a inteligência dos seus devotos, Bolsonaro comparou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia com medidas típicas de uma ditadura. Ele combateu o isolamento.
Preocupado, como disse à época, com a salvação da economia, do contrário seu governo iria para o buraco, sabotou as medidas de isolamento e defendeu que morresse que tivesse de morrer. O Brasil é um dos recordistas em número de mortos pela Covid.
Pesquisas de opinião encomendadas pelo governo atestam que as palavras de Bolsonaro contra a democracia lhe subtraem votos, mas por coerência ou teimosia ele as repete. Tomara que não mude até passarem as eleições de outubro. Faltam apenas 59 dias.
O post Bolsonaro debocha da carta em defesa da democracia apareceu primeiro em Metrópoles.