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Bolsonaro escolheu Ramagem como candidato a prefeito do Rio, afirma presidente do PL

Foto: Marcos Corrêa/PR/Arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin 01 de novembro de 2023 | 17:31

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o pré-candidato do partido à Prefeitura do Rio de Janeiro contra Eduardo Paes (PSD).

O nome de Ramagem ganhou força após o general Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e um dos cotados para a disputa, ter sido condenado na terça-feira (31) a inelegibilidade por oito anos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo Valdemar, a decisão do ex-presidente foi tomada na semana passada, antes do julgamento. Na ocasião, segundo a reportagem apurou, ficou decidido inclusive que Ramagem, ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro, assumiria o diretório municipal do PL na capital fluminense para iniciar as articulações políticas.

“O Bolsonaro já tinha definido na semana passada que o Ramagem ia ser o candidato a prefeito do Rio. Bateu o martelo, com o apoio do Cláudio Castro [governador do RJ]. A decisão não muda mais. É decisão do Bolsonaro e não muda”, disse Valdemar à reportagem.

Embora Castro publicamente declare simpatia ao nome de Ramagem, seu grupo político ainda trabalha para viabilizar outro nome. O líder do PP na Câmara, Dr. Luizinho, ex-secretário estadual de Saúde, é uma das opções do governador.

A candidatura de Braga Netto vinha esfriando desde a operação da Polícia Federal que investiga supostas fraudes durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018, comandada pelo general da reserva. A decisão do TSE, caso mantida, sepulta qualquer possibilidade de candidatura no ano que vem.

“Braga Netto não queria ser prefeito. Falou muitas vezes que não queria porque tem muito varejo e não tava com pique para isso. Ele nunca quis ser nada. Ele já contribuiu muito para o país”, disse Valdemar.

O presidente do PL afirma que Ramagem, também delegado federal, pode herdar a pauta de segurança pública apontada como um ativo da antiga pré-candidatura de Braga Netto. Também pesa a favor dele a boa relação com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.

Ramagem, porém, também foi atingido por uma investigação da PF há duas semanas. Operação deflagrada no dia 20 de outubro expôs a apuração sobre a atuação da Abin na gestão do deputado federal. A suspeita é a de que o órgão tenha usado de forma ilegal um sistema secreto de monitoramento contra adversários políticos.

Mesmo com a operação, o PL decidiu apostar em Ramagem. Foi depois da ação da PF que o deputado passou a se movimentar mais pela candidatura. Valdemar chama de piada as investigações que miram a Abin, por avaliar que a agência estava apenas cumprindo o papel que lhe é delegado.

“A Abin está lá só para isso, para investigar. É inacreditável eles brincarem com um assunto desse. A Abin está lá para xeretar, para ver tudo. Para checar tudo, para ter todo equipamento, sei lá que equipamento que é, mas está lá só para isso”, disse o presidente do PL.

A confirmação do nome de Ramagem como pré-candidato, contudo, não esfria a corrida de outros nomes do campo bolsonarista. Dentro do PL-RJ, há a leitura de que apenas a candidatura do deputado federal não será suficiente para garantir a realização de um segundo turno contra Eduardo Paes, visto como favorito.

Uma das opções é tentar viabilizar a pré-candidatura do deputado estadual bolsonarista Rodrigo Amorim (PTB), visto como opositor mais histriônico de Paes.

Amorim seria responsável por realizar uma campanha mais dura, deixando o candidato do PL com uma imagem mais moderada —Valdemar inclusive defende uma mulher, a deputada Chris Tonietto (PL-RJ), como vice na chapa de Ramagem.

Outra opção seria o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), visto como capaz de arregimentar eleitores evangélicos.

No PL-RJ, há preocupação em relação a essa equação para que a divisão de votos não abra chances para o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ), opositor à esquerda de Paes, chegar ao segundo turno.

Julia Chaib/Italo Nogueira/Folhapress

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