InícioEditorialCâmara aprova projeto de regulamentação de criptomoedas no Brasil

Câmara aprova projeto de regulamentação de criptomoedas no Brasil

Expedito Netto, relator do projeto de lei

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 29, o texto base do projeto de regulação dos criptoativos. Agora, os deputados analisam destaque ao texto. A matéria já havia passado na Casa, mas foi alterada quando foi votado no Senado. Se houver rejeição do destaque e a aprovação for concluída na Câmara, o PL segue para sanção presidencial. O presidente da República terá a prerrogativa de apontar o regulador do mercado, mas é provável que a responsabilidade fique com o Banco Central.

O projeto aprovado estabelece diretrizes gerais para a prestação de serviços de ativos virtuais, como a livre concorrência e atenção às regras de prevenção à lavagem de dinheiro, e para a regulamentação das prestadoras de serviços de ativos virtuais. O projeto ainda inclui os crimes relacionados à negociação de criptoativos no Código Penal.

Hoje, a negociação de criptomoedas é permitida no Brasil, mas não há nenhuma legislação específica sobre o tema. Com o crescimento do mercado – e também das fraudes envolvendo esses ativos -, o debate sobre regulação ganhou força no ano passado, o que acelerou a tramitação da matéria no Congresso. Desde junho, em meio à campanha eleitoral e a divergências no texto, o projeto estava parado no plenário da Câmara para votação. Só voltou à mesa de discussões após os problemas envolvendo a corretora de criptomoedas global FTX.

O projeto é de autoria do deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e foi aprovado conforme o relatório do deputado Expedito Netto (PSD-RO). Em seu parecer, o relator retirou pontos incorporados no Senado que colocavam em lados opostos as empresas brasileiras e estrangeiras do setor, como a segregação patrimonial entre os ativos de clientes e da corretora cripto. Netto destacou durante a sessão que o projeto oferece previsibilidade, segurança e modernidade ao País.

As exchanges locais, instituições do mercado financeiro tradicional e advogados defendiam que a segregação estivesse na lei, para dar mais robustez à regra, mas as estrangeiras, como a líder global Binance, achavam a descrição vaga no projeto e advogavam que fosse constituído um fundo, nos moldes do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) dos bancos. A questão ganhou novo fôlego após o caso da FTX, que usou recursos de clientes para aplicações próprias – algo que seria evitado pela segregação.

Para destravar o projeto, porém, a Coalização pela Criptoeconomia, que envolve, por exemplo, ABCripto, ABFintechs e Zetta, cedeu e agora defende tratar do tema na regulamentação infralegal a ser feita pelo órgão regulador. A avaliação agora é que é melhor ter um marco regulatório já, mesmo que sem a segregação patrimonial, uma vez que, se ficar para o ano que vem, a matéria teria de esperar o calendário de votações da nova legislatura e a formação de comissões.

Na semana passada, um acordo foi fechado em uma reunião com as partes interessadas, inclusive o BC. Segundo fontes, a autoridade monetária também abriu mão da segregação na lei. Conforme mostrou o Broadcast, com o entendimento jurídico de que o Legislativo não teria poder para definir um regulador, o projeto apontou a responsabilidade para o Executivo, mas a expectativa é de que o BC e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sejam indicados pelo Planalto, a depender do ativo a ser considerado.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

CNC comemora aprovação do PL do Perse no Senado

O texto aprovado estabelece o teto de R$ 15 bilhões em incentivos fiscais a...

Torres afirma a Moraes que teve perfil em rede social hackeado e pede cancelamento da conta

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Anderson Torres, ex-ministro...

À la Carrie Bradshaw: inspire-se em 5 looks icônicos da personagem

Com a chegada triunfal da série Sex and the City ao catálogo da Netflix,...

Governo federal pede investigação sobre morte de senegalês em SP

Serigne Mbaye morreu ao cair do 6º andar de um prédio durante uma operação...

Mais para você