O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi eleito, nesta quarta-feira (6/3), para a presidência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele foi indicado pela bancada de sua sigla, o Partido Liberal (PL), após acordo de lideranças que definiu a presidência das comissões com o presidente Arthur Lira (PP-AL). Foram 22 votos favoráveis e 15 em branco.
A indicação foi questionada por parlamentares da base governista, que temem que a pauta seja tomada por temas ideológicos.
“Nikolas vai ter diálogo com todos, vai respeitar o governo, vai respeitar o PT, e a pauta será consensuada. Tenho convicção do bom trabalho que ele vai fazer, e o tempo vai provar a vocês”, defendeu o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Já a deputada Sâmia Bomfim (PSol-RJ) ressaltou que Nikolas foi condenado por transfobia contra a também deputada Duda Salabert (PDT-MG) e é réu no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) por filmar uma aluna trans de 14 anos em um banheiro escolar.
Membros do Partido Liberal (PL) ouvidos pelo Metrópoles insistiram que a sigla não abriria mão da indicação de nomes polêmicos, como Nikolas, para a Educação, e Caroline de Toni (PL-SC), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Além da CCJ, o PL estará à frente de outros colegiados importantes da Casa: Comissão de Educação; Relações Exteriores e Defesa Nacional; Esporte e Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.
O partido também negociou com o União Brasil a presidência da Comissão de Segurança Pública, que deve ser chefiada pelo deputado Alberto Fraga (PL-DF).
Já a federação da qual o PT faz parte com PCdoB e PV comandará a Comissão de Saúde; de Fiscalização Financeira e Controle; de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Cultura.
Houve um acordo para que as duas maiores bancadas da Câmara alternassem na liderança da CCJ. O PT comandou o colegiado em 2023, mas a perspectiva da deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC) assumir o comando neste ano gerou protestos e travou a definição dos cargos.