Ministro da Agricultura também falou sobre as linhas de crédito promovidas pelo BNDES para o setor agrícola
Reprodução/Jovem Pan News
Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP) em conversa com jornalistas
Nesta terça-feira, 3, ocorreu o primeiro encontro do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Entre os diversos assuntos debatidos, o ministro fez anúncios aos deputados e senadores de medidas estudadas pelo Governo Federal no setor. Questionado sobre as linhas de crédito em dólar, Fávaro reforçou que a taxa de juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é menor do que a do Plano Safra: “As indústrias, as revendas e os bancos de fábricas se incorporaram a isso e deram um prêmio aos produtores que tem boa safra. As taxas de juros de 7,59%, que o BNDES disponibilizou, muito mais barata até do que a atual linha de crédito do Plano Safra. Claro que tem o componente cambial, mas para aqueles que tem um head natural isso não é risco nenhum. Os R$ 2 bilhões a 7,59%, as indústrias baixaram para 6,09%. Em um dia de oferta, foram tomados os R$ 2 bilhões. Nós estamos tendo que providenciar mais recurso, e já estamos providenciando mais recurso para incentivar o crescimento da agropecuária”.
O ministro tenta romper resistências do setor com a gestão petista e, diferentemente de outras alas do governo, Fávaro voltou a condenar as invasões de terras e comparou-as com os ataques do 8 de Janeiro: “O direito e o sonho de um pedaço de terra para aqueles homens e mulheres que tem vocação em produzir alimentos é legítimo e um plano nacional de reforma agrária é legítimo, dentro dos rigores da lei. Tudo o que transpassa os rigores da lei não tem o meu apoio e nunca terá. Considero a invasão de terra produtiva tão danosa e perigosa quanto a invasão do Congresso Nacional”. As invasões deflagradas por movimentos sociais, como o MST, no início do ano tem assustado produtores rurais, em especial no chamado “Abril Vermelho”. Ocupações como as feitas na sede do Incra aumentaram a tensão entre o governo Lula (PT) e o setor do agronegócio. O governo aceitou uma série de demandas do movimento e substituiu superintendentes regionais do Incra.
A FPA coordenou uma contraofensiva às invasões na criação da CPI do MST, instalada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A Frente ainda deve reforçar as apurações com uma equipe que investigará o MST. “Achamos um absurdo, somos extremamente contrários. Da mesma maneira que ida do MST na viagem à China é outro absurdo. Assim como as invasões que eles fazem são outros absurdos. Tem uma CPI para poder investigar tudo isso e botar às claras toda essa situação (…) A FPA tem um papel institucional maior do que a CPI, eu mesmo pedi ao líder do meu partido para que eu não fizesse parte dessa CPI justamente para não misturar a institucionalidade da FPA com essa Comissão Parlamentar de Inquérito. São deputados extremamente experientes que fizeram esse requerimento, tem vários parlamentares nossos da diretoria que imagino que devem fazer parte da comissão. Óbvio que estaremos atentos aos trabalhos da CPI, não vamos virar as costas para isso”, declarou o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP).
*Com informações do repórter Bruno Pinheiro