Entre os aliados do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que fez um discurso transfóbico na tribuna do plenário no Dia da Mulher, circula um argumento que, acreditam, restringe a ação do Conselho de Ética contra o seu mandato.
Pelo menos três partidos – PSol, PDT e PSB – representaram contra o parlamentar no colegiado, que ainda não tem nomes indicados. Arthur Lira criticou postura de Nikolas, que usou uma peruca para atacar as transsexuais, e o bloco que o apoiou terá 20 dos 21 titulares.
Os defensores do deputado mineiro usam o caso de Daniel Silveira como exemplo de que cassá-lo será dose exagerada. Por três acusações distintas, o ex-deputado teve seu mandato suspenso por um ano e um mês. Mas ele nunca cumpriu essa pena, que ocorreu na mesma época de sua prisão.
O entendimento é que Silveira fez algo mais gravoso que Nikolas e pegou a suspensão. Para o deputado mineiro, a direção do PL admite, no máximo, uma advertência, pena prevista no Código de Ética da Câmara.
Silveira foi condenado à suspensão pelas seguintes acusações: ter gravado e divulgado uma reunião interna da bancada de seu próprio partido; por ter divulgado um vídeo com duros ataques a ministros do STF e ter defendido o AI-5, o mais duro ato da ditadura; e ameaças que fez em vídeo aos manifestantes conhecidos como “antifascistas”, quando afirmou que podem levar um “tiro na caixa do peito”.