InícioNotíciasPolicialCidade Invisível continua a explorar (bem) o folclore brasileiro

Cidade Invisível continua a explorar (bem) o folclore brasileiro

Na ficção e na realidade, passaram-se dois anos até o retorno de Cidade Invisível, série da Netflix que se destacou por levar uma mitologia regional para uma produção internacional. O que não chega a ser novidade em produções do mainstream. Basta ver personagens como Thor e Loki, da Marvel, ambos oriundos da mitologia nórdica. O que nunca tínhamos visto era o folclore afro-ameríndio nessa perspectiva.

Para refrescar a memória antes de acompanhar a segunda temporada do programa estrelado por Marcos Pigossi e Alessandra Negrini: a trama segue o policial ambiental Eric (Pigossi), que perde   seu grande amor, Gabriella (Julia Konrad), que morreu para salvar a filha Luna (Manuela Dieguez) de um incêndio sem explicação. 

Veja o trailer da segunda temporada de Cidade Invisível:

Agora, ao mesmo tempo que busca reaproximação da filha, descobre que um boto cor-de-rosa morreu numa praia do Rio de Janeiro. Ele coloca o animal na mala do carro e depois vê que ele se transformou num corpo humano. Nas investigações, descobre que aquele homem era seu pai. A trama traz outros personagens conhecidos, como a Cuca interpretada por Negrini.

A trama da primeira temporada acaba com Eric se sacrificando à entidade Corpo Seco numa luta com o Curupira. E é a partir daí que começam os novos episódios, que agora contam com os perfis dos personagens mais esmiuçados na narrativa, devidamente apresentados ao público. 

Manu Dieguez conta que Luna, sua personagem, foi uma das que mais mudou entre as temporadas: além do amadurecimento natural, houve um aumento na determinação da garota, que luta para encontrar o pai e não pretende medir esforços para alcançar o objetivo. Sim, Eric está vivo. Mas, numa espécie de outra dimensão.

Marcos Pigossi, intérprete de Eric, chega num momento diferente da vida. Após o lançamento da primeira temporada, ele revelou  sua homossexualidade e conta que tem uma expectativa alta para que as pessoas não o olhem de uma maneira diferente por isso: “É a mesma história, o mesmo universo”.

 “A gente passou muito tempo no audiovisual brasileiro tentando fazer o que Hollywood ou outros mercados estavam fazendo, quando a gente tem um país riquíssimo em história, em conteúdo, em lendas, em diversidade”, defende o ator.

A recepção da série ao redor do mundo foi excelente  na primeira temporada, com Cidade Invisível  emplacando no Top 10 da Netflix em 40 países. Para a nova temporada, o diretor Carlos Saldanha (A Era do Gelo, O Touro Ferdinando, Rio)  optou por ambientar a história em Belém (antes era no Rio), além de trazer maior contingente de personagens femininas e dos povos originários

“É muito gratificante para a gente poder fazer isso, porque mostra que o Brasil é plural. A série não tem caricaturas. A proposta é a de mostrar todos os lados da cultura brasileira dentro do contexto atual”, explica o diretor. 

Buscando uma conexão com temas atuais, a segunda temporada tem, na sua ambientação, o garimpo ilegal de ouro, que se torna um dos vários problemas que Eric, Luna e companhia precisam desenrolar para ficarem juntos novamente. 

Nesta nova temporada, Carlos Saldanha consegue levar para as telinhas a mesma fantasia ‘realista’ de seus trabalhos com animação, como A Era do Gelo e Rio, que falam sobre problemas ambientais e a relação entre homem e natureza. Dessa vez, o diálogo é com a cultura brasileira e a riqueza de elementos que nossas histórias possuem. Inclusive, para que outras novas histórias, mundos, narrativas e realidades sejam contadas sem forçação de barra, mas apresentando parte daquilo que temos de melhor na cultura popular.
 

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